CHEGA acusa partidos do Governo de serem “foco de instabilidade”

O deputado único do CHEGA nos Açores, José Pacheco, acusou hoje os partidos da coligação governamental açoriana de serem "foco de instabilidade" por terem defendido a realização de eleições regionais antecipadas, durante uma reunião com o Presidente da República.

© Folha Nacional

José Pacheco, que deveria ter-se reunido com Marcelo Rebelo de Sousa pelas 14:30, acabou por ser o último dos representantes dos partidos açorianos a encontrar-se com o Presidente, para apresentar uma solução sobre a crise política criada após o chumbo do Plano e Orçamento para 2024 e a possibilidade de dissolução da assembleia regional.

Depois do encontro, o deputado, que tem um acordo de incidência parlamentar com o governo açoriano, mostrou-se surpreendido por todos os partidos da coligação PSD/CDS-PP/PPM que governa a região terem defendido a realização de eleições antecipadas.

O dirigente do CHEGA afirmou que pretendia transmitir ao chefe de Estado a disponibilidade para “negociar com o governo regional”, uma “negociação saudável em prol dos açorianos”, mas confrontou-se com “um foco de instabilidade terrível, em que os próprios partidos da coligação são os primeiros a pedir eleições antecipadas”.

“Nós temos sido a garantia de estabilidade e queríamos continuar a ser esta garantia de estabilidade. O foco de instabilidade, afinal, está na coligação”, disse.

José Pacheco considerou que a abstenção do CHEGA na votação do orçamento açoriano não pode ser confundida com um voto negativo.

“Uma abstenção é dizer nós não recusamos este orçamento, porque tinha coisas boas, mas também não o aprovamos, porque faltam algumas coisas”, acrescentou.

“Dizer que a culpa é do CHEGA, isto é inadmissível. Eu não vou aceitar sequer. A culpa não é do CHEGA e hoje ficou provado que a culpa é dos partidos da coligação”, acrescentou, sublinhando que o seu partido já tinha preparado “alguns documentos sobre área de habitação, no aumento de complemento dos idosos”, para melhorar o orçamento, tendo em vista a negociação de uma segunda versão do documento.

José Pacheco defendeu ainda que, caso sejam convocadas eleições regionais antecipadas, estas ocorram na mesma data das legislativas nacionais, em 10 de março, para evitar duplicação de custos.

Ao contrário de outros partidos, o CHEGA não considera que a autonomia dos Açores fique prejudicada pela realização de eleições regionais no mesmo dia das eleições nacionais.

“Não vejo razão nenhuma [para não se realizarem as duas eleições em simultâneo], nem fica a autonomia dos Açores diminuída. A autonomia dos Açores fica diminuída quando os senhores políticos dos Açores brincam com a autonomia e brincam com as gentes dos Açores”, considerou.

O Presidente da República ouviu hoje ao longo da tarde os partidos representados no parlamento açoriano sobre a situação política na região, após o chumbo do Plano e Orçamento para 2024, e a possibilidade de dissolução da assembleia regional.

Os documentos foram chumbados na quinta-feira passada, na votação na generalidade, com os votos contra de IL, PS e BE e as abstenções do CHEGA e do PAN.

Os partidos que integram o Governo dos Açores e o deputado independente Carlos Furtado (ex-CHEGA) votaram a favor dos documentos.

José Manuel Bolieiro tinha anunciado que o executivo tencionava apresentar uma nova proposta de Orçamento regional, tal como previsto na Lei de Enquadramento do Orçamento da Região Autónoma dos Açores, mas hoje declarou ter noção de que isso será “inútil” devido à manutenção das intenções de voto dos partidos que chumbaram o documento.

O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, e o líder parlamentar do PPM/Açores, Paulo Estêvão, também defenderam hoje a realização de eleições legislativas regionais antecipadas, em fevereiro.

O executivo chefiado por Bolieiro deixou de ter apoio parlamentar maioritário desde que um dos dois deputados eleitos pelo CHEGA se tornou independente e o deputado da Iniciativa Liberal (IL) rompeu com o acordo de incidência parlamentar.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do CHEGA e um deputado é independente (eleito pelo CHEGA).

Últimas de Política Nacional

O presidente do CHEGA acusou hoje o primeiro-ministro de “não viver nem ver o país como 99% dos portugueses o veem ou vivem”, em especial na área da segurança, mas também em matérias como impostos, pensões ou saúde.
O presidente do CHEGA pediu hoje que este Natal seja sinal de coragem para resolver problemas "que vão desde a corrupção à insegurança nas ruas", mas que seja também um momento de tranquilidade e de unidade.
O presidente do CHEGA considerou hoje que os polícias estão a ser alvo de um "genocídio político", numa visita à zona do Martim Moniz, em Lisboa, onde ouviu moradores a pedir mais segurança mas também elogios à comunidade imigrante.
A proposta de lei foi aprovada com os votos a favor de PSD, CHEGA e CDS-PP e contra de todos os restantes partidos presentes: PS, IL, BE, PCP e Livre.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que operações policiais como a que decorreu na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, deveriam "realizar-se mais vezes" e defendeu que a polícia tem de "mostrar autoridade".
O Parlamento da Madeira aprovou a moção de censura que fez cair o Governo Regional, pela primeira vez. "A luta pela transparência numa região autónoma que tem feito tudo menos transparência é um momento marcante na nossa história política dos últimos anos.
O CHEGA recebeu vários emails, na última semana, a relatar “agendamentos fictícios” de consultas nos hospitais portugueses. Entre eles, dois se destacam. Um com o assunto “doentes agendados externamente”, relata que a unidade de saúde não tinha conhecimento da marcação da consulta, não sabia o motivo do agendamento, bem como não tinha espaço e, por isso, foi obrigada a cancelar a marcação.
Os projetos de Lei do CHEGA e do PSD e CDS-PP sobre as condições de acesso de cidadãos estrangeiros não residentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram aprovados hoje com os votos a favor dos partidos proponentes.
O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, disse hoje que não foi possível encontrar uma solução governativa para substituir o executivo de Miguel Albuquerque e que irá agora transmitir a situação ao chefe de Estado.
"Portugal tem o serviço de saúde que mais esgota recursos, que não tem, para quem vem de fora", começa por discursar André Ventura, apontando o dedo ao Partido Socialista (PS) de deixar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "numa autêntica bandalheira."