“Quase todos os dias, ouvimos ameaças do Kremlin. A mais recente, novamente, contra os nossos amigos dos países bálticos”, disse Boris Pistorius em declarações divulgadas pelo jornal Tagesspiegel.
De acordo com o ministro alemão, Berlim não acredita que tal situação ocorra neste momento, mas considera ser possível acontecer num “período entre cinco e oito anos”.
Pistorius disse que pretende garantir que as forças armadas alemãs estejam “preparadas para a guerra” e, ao mesmo tempo, “despertar” a sociedade alemã sobre esta situação.
O ministro alemão já propôs modificar o serviço militar para o tornar obrigatório e o Governo alemão espera o envio de uma proposta neste sentido em abril.
Berlim também estuda autorizar o recrutamento de cidadãos estrangeiros.
“Não seríamos as primeiras forças armadas na Europa a fazê-lo”, argumentou Pistorius, sublinhando que há cidadãos de segunda ou terceira geração provenientes de famílias de migrantes que ainda não têm nacionalidade alemã.
No âmbito da defesa, Pistorius pretende que as capacidades das forças armadas sejam reforçadas “face à urgência da situação de ameaça”, considerando ainda que o dinheiro que está atualmente disponível não é suficiente para garantir a segurança e enfrentar outros desafios pendentes ou futuros.
Na verdade, Pistorius salientou que também deve haver limites à ajuda militar à Ucrânia.
“Não podemos apostar tudo, como alguns pedem. Caso contrário, ficaríamos indefesos”, disse o ministro alemão, explicando que, até agora, a Alemanha forneceu “tudo o que pode”.
O Ministro da Defesa alemão também espera mais empenho de outros parceiros da União Europeia (UE).
“Deve ficar claro para todos: se Putin vencer esta guerra e ocupar a Ucrânia, o perigo para a zona da Aliança também aumentará”, afirmou Pistorius.