Alemanha teme que a Rússia possa um dia invadir país da NATO

O ministro da Defesa alemão alertou hoje que a Aliança Atlântica deve assumir que a Rússia, diante das ameaças realizadas, “poderá um dia atacar um país da NATO” e expandir o conflito que agora está limitado à Ucrânia.

© Facebook de Boris Pistorius

 

“Quase todos os dias, ouvimos ameaças do Kremlin. A mais recente, novamente, contra os nossos amigos dos países bálticos”, disse Boris Pistorius em declarações divulgadas pelo jornal Tagesspiegel.

De acordo com o ministro alemão, Berlim não acredita que tal situação ocorra neste momento, mas considera ser possível acontecer num “período entre cinco e oito anos”.

Pistorius disse que pretende garantir que as forças armadas alemãs estejam “preparadas para a guerra” e, ao mesmo tempo, “despertar” a sociedade alemã sobre esta situação.

O ministro alemão já propôs modificar o serviço militar para o tornar obrigatório e o Governo alemão espera o envio de uma proposta neste sentido em abril.

Berlim também estuda autorizar o recrutamento de cidadãos estrangeiros.

“Não seríamos as primeiras forças armadas na Europa a fazê-lo”, argumentou Pistorius, sublinhando que há cidadãos de segunda ou terceira geração provenientes de famílias de migrantes que ainda não têm nacionalidade alemã.

No âmbito da defesa, Pistorius pretende que as capacidades das forças armadas sejam reforçadas “face à urgência da situação de ameaça”, considerando ainda que o dinheiro que está atualmente disponível não é suficiente para garantir a segurança e enfrentar outros desafios pendentes ou futuros.

Na verdade, Pistorius salientou que também deve haver limites à ajuda militar à Ucrânia.

“Não podemos apostar tudo, como alguns pedem. Caso contrário, ficaríamos indefesos”, disse o ministro alemão, explicando que, até agora, a Alemanha forneceu “tudo o que pode”.

O Ministro da Defesa alemão também espera mais empenho de outros parceiros da União Europeia (UE).

“Deve ficar claro para todos: se Putin vencer esta guerra e ocupar a Ucrânia, o perigo para a zona da Aliança também aumentará”, afirmou Pistorius.

Últimas de Política Internacional

Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.
A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.
O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, em Bruxelas, com um primeiro debate sobre as possibilidades de pesca para 2025 na agenda.