O presidente demissionário, apesar do tom coloquial e com despropositado sentimentalismo, nada diz sobre as verdadeiras razões da sua demissão”, criticam os liberais, referindo que Pedro Costa justificou a demissão com “falta de condições pessoais, sem referir quais, e políticas, dando uma vaga justificação da dificuldade de comunicação com o executivo camarário”.
“Pedro Costa falha no essencial para com aqueles que o elegeram e a quem deve uma explicação fundamentada para este abandono de funções”, reclamou a IL.
No dia anterior ao anúncio da sua demissão foi realizada uma assembleia de freguesia de Campo de Ourique, com a presença do executivo, em que foram apresentadas as contas de 2023, as quais evidenciam “um prejuízo de quase 400 mil euros”, indicou a Iniciativa Liberal, partido que conta com um eleito neste órgão deliberativo.
Segundo a IL, as contas de 2023 de Campo de Ourique contrastam com o histórico desta freguesia e constituem “uma ofensa a todos os contribuintes, ainda para mais dadas as parcas (e amadoras) explicações para o mesmo, razão pela qual mereceu o voto contra da Iniciativa Liberal (juntamente com o do PCP e um elemento da bancada do CDS) tendo apenas passado devido à abstenção dos restantes partidos da oposição”.
“Sobre a demissão do presidente nada foi dito, donde se concluí que, ou esta foi uma decisão tomada sem a devida reflexão ou a mesma foi tacitamente escondida dos membros da assembleia e, portanto, dos fregueses de Campo de Ourique”, criticou a concelhia da IL em Lisboa.
Repudiando este comportamento, a Iniciativa Liberal, que conta com um eleito em Campo de Ourique, vai desafiar os restantes partidos representados na assembleia de freguesia a juntarem-se a um pedido de uma assembleia de freguesia extraordinária para obter “uma explicação completa e detalhada” do novo presidente da junta, Hugo Vieira da Silva (PS), defendendo que os fregueses “merecem saber a verdade e exigem responsabilidade”.
Também como reação à demissão do presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, o PSD de Lisboa considerou que o socialista Pedro Costa desistiu das pessoas e “quebrou a confiança dos eleitores”.
Pedro Costa, membro da Comissão Política Nacional do PS e filho do ex-primeiro-ministro António Costa, desempenhava o lugar de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique desde 2020, tendo sido reconduzido nas eleições autárquicas de 2021.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Costa assegurou que a renuncia ao cargo de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique se deve à “necessidade de fechar um ciclo e passar o testemunho”, explicando que se trata de “uma decisão pessoal e política”, que resulta do “desgaste” de 10 anos de exercício autárquico, com “um mandato difícil”, inclusive com a pandemia de covid-19 e com “a dificuldade no acesso à informação que têm hoje as juntas de freguesia junto da câmara”, sob presidência de Carlos Moedas (PSD).
“No momento em que senti que havia quem tivesse melhores condições para continuar o mandato, renunciei”, declarou.
Sobre as próximas eleições autárquicas, em 2025, o socialista assegurou que não será candidato.