Francisco, durante a audiência geral realizada na praça de São Pedro, dedicou o seu discurso ao Dia Internacional de Combate ao Abuso e ao Tráfico Ilícito de Drogas, assinalado pelas Nações Unidas, e denunciou: “Quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer preço? Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem por parte de toda a sociedade”.
No entanto, para o pontífice, “a redução da dependência de drogas não se consegue através da liberalização do consumo, como foi proposto, ou já foi aplicado, em alguns países”.
“Isto é uma fantasia”, disse o Papa, acrescentando que “quando é liberalizado, mais se consome”.
“Depois de ter conhecido tantas histórias trágicas de toxicodependentes e das suas famílias, estou convencido de que é moralmente correto acabar com a produção e o tráfico destas substâncias perigosas”, afirmou.
Acrescentou que “a produção e o tráfico de drogas também têm um impacto destrutivo na nossa casa comum” e citou como exemplo o que está a acontecer “na bacia amazónica”.
Para combater o abuso e o tráfico de drogas é necessária “prevenção” e isso deve ser feito “educando os jovens nos valores que constroem a vida pessoal e comunitária, acompanhando os necessitados e dando esperança para o futuro”.
“Diante da trágica situação de dependência tóxica de milhões de pessoas em todo o mundo, face ao escândalo da produção e tráfico ilícito destas drogas, não podemos ficar indiferentes”, afirmou.
O Papa exortou todos “a parar nas situações de fragilidade e dor, saber ouvir o grito da solidão e da angústia, curvar-se para se levantar e trazer de volta à vida aqueles que caem na escravidão das drogas”.
Pediu também que se reze pela conversão “daqueles que dão drogas aos jovens”, que “são criminosos e assassinos”.
Como exemplo dos esforços da Igreja para enfrentar este problema, o Papa Francisco destacou a rede da Pastoral Latino-Americana de Atenção e Prevenção de Dependências (PLAPA).