Portugal insiste na divulgação dos originais das atas eleitorais na Venezuela

Portugal mantém-se sem reconhecer a vitória anunciada do Presidente Nicolas Maduro na Venezuela e insiste na necessidade do acesso aos originais das atas eleitorais, para uma “verificação imparcial dos resultados”, adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

©Facebook de Maria Corina Machado

“Portugal reitera a necessidade de uma verificação imparcial dos resultados e do acesso aos originais – sublinha-se aos originais – das atas eleitorais. Daí que – em linha com a UE – não tenha reconhecido a vitória oficialmente anunciada”, referiu à agência Lusa o ministério liderado por Paulo Rangel, no dia em que Estados Unidos, Argentina e Uruguai reconheceram a vitória do candidato da oposição.

A diplomacia portuguesa garantiu que “acompanha de perto e permanentemente a situação na Venezuela, sempre em contacto com múltiplos interlocutores, designadamente os parceiros da União Europeia e Estados iberoamericanos”.

“Nem de outro modo poderia ser, atenta a importância da nossa comunidade portuguesa e luso-descendente na Venezuela”, frisou.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros lembrou ainda que Paulo Rangel manteve na quinta-feira uma “troca de impressões” com o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, e na quarta-feira uma conversa telefónica com a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado.

“A nossa atuação será sempre coordenada com a UE e pautada pelo apelo à moderação, transparência, diálogo político e abstenção de qualquer ato repressivo ou inibidor da liberdade de manifestação”, sublinhou ainda.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que os Estados Unidos reconhecem a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em “provas incontestáveis”.

O chefe da diplomacia dos EUA disse considerar válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto e mostra que González Urrutia “recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável”.

De acordo com a página resultadosconvzla.com, quando afirmam ter digitalizado 81,25% das atas, Edmundo González soma 67% dos votos (7.173.152 votos), contra 30% para Maduro (3.250.424).

A oposição venezuelana reivindicou a vitória nas presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, com a líder opositora María Corina Machado a recusar reconhecer os resultados oficiais.

O Centro Carter (CC), uma das organizações convidadas pelas Governo venezuelano para observar as presidenciais, disse na terça-feira que não foi capaz de verificar os resultados das eleições, culpando as autoridades por uma “falta completa de transparência” ao declarar Maduro o vencedor.

Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Maduro Presidente eleito do país para o período 2025-2031, com 51,2% (5,15 milhões) dos votos.

O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos), indicou o CNE.

O governo alega que um “ciberataque” com origem no estrangeiro o impede de apresentar as atas que comprovam os dados da votação anunciados.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.