Macron defende que Kiev seja realista sobre questões territoriais

O Presidente francês defendeu hoje que os ucranianos devem "ter discussões realistas sobre questões territoriais" para encontrar uma solução para o conflito desencadeado pela invasão russa em 2022, num momento em que Kiev enfrenta uma situação desfavorável no terreno.

“Os ucranianos devem ter discussões realistas sobre as questões territoriais e só eles as podem liderar”, disse Emmanuel Macron durante a reunião anual com embaixadores franceses no Palácio do Eliseu para definir as principais linhas de política externa, numa altura em que a Rússia, que tomou posse de cerca de 20% do território da Ucrânia, está a intensificar as suas conquistas no leste do país.

Os europeus terão, no entanto, de “criar garantias de segurança” para a Ucrânia, frisou o chefe de Estado francês, acrescentando ainda: “Os Estados Unidos da América têm de nos ajudar a mudar a natureza da situação e a convencer a Rússia a sentar-se à mesa das negociações”.

“O próprio Presidente norte-americano eleito [Donald Trump] sabe que os Estados Unidos não têm hipótese de ganhar nada se a Ucrânia perder”, disse Macron, argumentando que a capitulação da Ucrânia não é benéfica nem para os europeus nem para os norte-americanos.

O líder francês vincou ainda que a “credibilidade” do Ocidente seria “abalada” se aceitasse compromissos devido ao “cansaço” do conflito.

“Não haverá solução rápida e fácil na Ucrânia “, avisou o Presidente francês, sugerindo a Kiev que reflita bem sobre as questões de posse territorial, como base para um entendimento negocial com Moscovo, num momento em que o conflito está quase a entrar no seu quarto ano.

Kiev espera decisões relevantes da parte de Trump, quando este tomar posse, no dia 20 de janeiro, mas também teme uma queda no apoio norte-americano, depois de o Presidente eleito ter criticado o esforço financeiro de Washington para apoiar a Ucrânia.

Para atingir um eventual cessar-fogo, o Kremlin (presidência russa) continua a exigir que a Ucrânia deponha as armas, ceda as quatro regiões parcialmente ocupadas por forças russas (Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijia), além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie à sua adesão à NATO.

Estas condições são inaceitáveis para Kiev.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Últimas do Mundo

O secretário-geral da NATO propôs hoje, oficialmente, que os líderes da organização concordem, na cimeira deste mês, em Haia, aumentar os gastos com defesa para 5% do PIB, para cobrir os custos das capacidades militares da organização.
O Dia Mundial do Ambiente centra-se hoje na luta contra a poluição de plásticos, um produto que já contaminou água, alimentos e ar e que cuja produção continua a aumentar, este ano 516 milhões de toneladas.
O presumível autor do atentado contra uma manifestação a favor da libertação dos reféns israelitas em Gaza, que deixou uma dezena de feridos no domingo no Colorado, Estados Unidos, foi acusado na segunda-feira de "crime de ódio".
Um narcossubmarino foi intercetado no Brasil, numa operação conjunta da Polícia Federal brasileira, Polícia Judiciária portuguesa, Polícia Nacional espanhola e a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA).
A Rússia disse hoje que abateu 162 ‘drones’ ucranianos, a maioria dos quais nas regiões de Kursk e Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, na altura em que devem ter início em Istambul novas conversações diretas entre russos e ucranianos.
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, confirmou hoje à Lusa a notícia da morte, em combate, na Ucrânia, do cidadão português Jerónimo Guerreiro, e que a família pediu apoio consular para a trasladação do corpo para Portugal.
A Ucrânia vai enviar uma delegação a Istambul para uma nova ronda de negociações de paz diretas com a Rússia na segunda-feira, anunciou hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O gabinete político do Hamas reiterou hoje que as emendas do grupo à proposta dos EUA para um cessar-fogo em Gaza não procuram “condições políticas, mas um mínimo de dignidade humana”, após 19 meses de bombardeios israelitas.
Duas pessoas morreram na sequência de um tiroteio, no sábado à noite, no passeio marítimo da cidade de Fuengirola, na província de Málaga, sul de Espanha.
O Papa Leão XIV recebeu hoje milhares de famílias na Praça de São Pedro, defendeu o matrimónio como a união entre homem e mulher, “não como um ideal”, e criticou os que invocam a “liberdade de tirar a vida”.