Em 2024, dos cerca de 1,5 milhões de crianças até aos 15 anos, 11,3% viviam em agregados familiares em privação material e social.
Para a população em geral, a taxa de privação material e social diminuiu de 13,5% em 2021 para 11,0% em 2024.
“Considerando a privação material e social severa, o resultado para as crianças (5,0%) é também superior ao obtido para a população em geral (4,3%) em 2024”, segundo o INE.
A proporção de crianças em agregados sem capacidade para pagar pelo menos uma semana de férias por ano, fora de casa, a todas os seus membros até aos 15 anos, aumentou de 15,5% em 2021 para 20,6% em 2024.
Os dados obtidos pelo INE revelaram também que, no ano passado, a necessidade de consultas ou tratamentos médicos “não foi satisfeita” para 1,8% das crianças, no caso de cuidados não dentários, nem para 3,6%, no caso de cuidados dentários.
A maioria das crianças (55,5%) em privação material e social tinha pais com baixos níveis de escolaridade.
Quase 30% das crianças vivia em famílias com dificuldades em assegurar o pagamento de uma despesa inesperada próxima do limiar mensal de pobreza e 20,6% não podia passar uma semana de férias fora de casa, por dificuldades económicas.
No ano passado, 9,8% das crianças não tinha possibilidade de participar regularmente numa atividade extracurricular ou de lazer, 4,3% não podia participar em viagens e atividades escolares não gratuitas e 3,3% não podia convidar amigos de vez em quando para brincarem e comerem juntos.
“Comparativamente a 2021, aumentaram principalmente as proporções de crianças que não podiam convidar amigos para brincar e comer (mais 1,8 pontos percentuais)”, lê-se no documento.
Ainda neste contexto, sublinhou o INE, 2,7% das crianças não tinha possibilidade de substituir roupa usada por alguma roupa nova (excluindo roupa em segunda mão) e 2,3% não dispunha de um espaço apropriado para estudar e fazer os trabalhos de casa.