Festa dos tabuleiros

A Festa dos Tabuleiros ou Festa do Espírito Santo é a celebração mais importante na cidade de Tomar e das mais antigas do país. Remonta às Festas Pagãs ancestrais de culto à fertilidade da terra e posteriormente às Festas do Imperador, instituídas por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel com forma de culto ao Espírito Santo.

Não podemos esquecer que o figurino atual desta festa ocorreu em 1950, ano em que foi retomada pelo diretor da Fábrica da Fiação, João Santos Simões, o qual colocou as funcionárias da empresa a confecionar os fatos e envolveu a participação de todas as freguesias do concelho de Tomar inovando com a colocação das fitas nos trajes das senhoras dando assim uma grande projeção à Festa.

A Festa dos Tabuleiros realiza-se de 4 em 4 anos sendo a próxima em julho de 2023, além do cortejo principal, realizam-se também o Cortejo dos Rapazes, Cortejo do Mordomo, Cortejos Parciais dos Tabuleiros, Jogos Populares, Ruas Ornamentadas pela população, e por fim a distribuição da Pêza.

Esta grandiosa festa inicia-se no Domingo de Páscoa ou dia da Ressurreição com a saída de Coroas e Pendões do Espírito Santo em que estão representadas todas as freguesias do concelho de Tomar, acompanhados por fogueteiros e músicos.

O Cortejo dos Rapazes realiza-se no domingo antecedente ao Cortejo principal e apenas participam as crianças de todo o concelho.

O Cortejo do Mordomo ou Cortejo dos Bois do Espírito Santo realiza-se na sexta- feira antes do Cortejo principal, este cortejo é constituído com parelhas de bois e um conjunto de carruagens e cavaleiros. Os bois são animais selecionados enfeitados com flores e mantas coloridas.

O Grande Cortejo realiza-se no Domingo, inicia-se com os fogueteiros que trajam de branco e uma faixa encarnada, seguem-se os gaiteiros e as bandas. De seguida os Pendões do Espírito Santo e as Coroas de todas as freguesias e por fim os Tabuleiros.

Os pares que levam os Tabuleiros, as senhoras vão trajadas de branco com uma fita colorida a cruzar o peito a identificar a respetiva freguesia. Os homens vão trajados de camisa branca, calça preta, barrete ao ombro e gravata da cor da fita da senhora. Os Tabuleiros podem chegar aos 15

quilos são estruturas decoradas com pães, flores de papel, espigas de trigo e coroados com uma pomba do Espírito Santo ou Cruz de Cristo.

No dia seguinte é distribuído a carne e o pão – Pêza – pela população carenciada do concelho.

Precisamente 73 anos depois e a sensivelmente um mês e meio da Festa dos Tabuleiros, mais uma “polémica” – a população da União de Freguesias de Serra e Junceira decidiu não abdicar da identificação da freguesia nas fitas que as senhoras irão envergar no Cortejo, o que vai contra a proposta da Comissão Central. Esta decisão da população ocorreu em Assembleia de Freguesia e cabe ao executivo desta mesma Freguesia cumprir as deliberações da mesma.

O mais insólito desta situação é a criação de uma “Comissão Ad-hoc” que defende o afastamento desta freguesia no cortejo. A nossa questão é quem são os elementos que constituem esta comissão?

Segundo notícias locais esta mesma comissão é ilegal e criada à revelia do mordomo e da comissão central. Não vemos nenhuma legitimidade na mesma.

A Comissão Política Concelhia de Tomar do Partido CHEGA vem desta forma manifestar o apoio à população da União de Freguesias de Serra e Junceira.

Será que esta imposição por parte da Comissão Central está relacionada com o processo de inventariação da Festa como Património Imaterial da UNESCO? Ou é uma forma de discriminar as freguesias que não prestam “culto” à Comissão Central?

O Grupo Parlamentar do Partido CHEGA, na pessoa do Sr. Deputado Jorge Galveias, apresentou no dia 08 de maio de 2023, na Assembleia da República um Voto de Saudação (Voto 335/XV/1), pela inscrição da Festa dos Tabuleiros no inventário Nacional do Património Cultural.

O CHEGA – Tomar congratula a inscrição da Festa dos Tabuleiros no Inventário Nacional de Património Cultural e Imaterial pese embora nos suscite algumas dúvidas e questões, tais como qual o valor gasto pelo município nesta candidatura.

Qual o custo / benefício para Tomar e para o concelho com estas inscrições?

Para quando a criação de um Museu e Centro Interpretativo da Festa dos Tabuleiros?

Esperamos que com este vasto investimento por parte do executivo em contratações para estas inscrições que não falte fundos para futuros investimentos no concelho.

Reiteramos assim o apoio à União de Freguesias de Serra e Junceira assim como de todas as freguesias que pretendam manter as suas origens e a sua tradição.

Tal como disse em entrevista a Sra. Presidente da Câmara, Anabela Freitas, a Festa é dos tomarenses. Então deixem os tomarenses decidirem a utilização, ou não, da identificação das respetivas freguesias nas fitas.

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