IVA zero é uma medida que vem “muito tarde”, diz André Ventura

©Folha Nacional

O presidente do CHEGA considerou hoje que o IVA zero para alguns bens alimentares vem “muito tarde” e deveria ser combinado com outras medidas para ter eficácia, mas anunciou que o partido deverá votar favoravelmente.

“Este anúncio veio muito tarde e confirmaram-se as nossas piores expectativas, é uma medida ineficiente e ineficaz porque o Governo insiste em não combiná-la com outras medidas”, afirmou André Ventura, considerando que, “caso contrário, nada garante que estes produtos vão ter efetivamente uma decida”.

O líder do CHEGA defendeu a entrada em vigor da limitação em 15% da margem bruta de lucro dos bens alimentares essenciais, que o CHEGA propôs, ou a descida das taxas normal (23%) e intermédia (13%) de IVA em dois pontos percentuais cada uma para “todos os produtos, uma taxa geral”, proposta que já tinha sido anunciada por si na segunda-feira.

André Ventura defendeu que o que aconteceu noutros países é exemplo de que “a mera redução da taxa, ou seja, o IVA zero para produtos que estavam com IVA a 6%, não ia resolver o problema” e rejeitou também um controlo de preços, como defendem por exemplo BE e PCP, considerando que “tabelar preços não é próprio numa economia livre aberta, o mercado não reage bem a isso”.

O líder do CHEGA falava aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa, depois de ter sido conhecida na segunda-feira a lista de bens alimentares que vão passar a ter uma taxa de IVA de 0%, medida que tem em vista mitigar os efeitos da inflação.

Ventura defendeu que a inflação “está a tornar-se num fenómeno estrutural e não apenas conjuntural”, pelo que “exige medidas estruturais e não meramente conjunturais”, e acusou o Governo de optar por “medidas que são muito propagandísticas, com pouco ou quase nenhum impacto a nível financeiro e do rendimento das pessoas”.

“Não basta termos alguns produtos que baixam de seis para zero [a taxa de IVA], que nalguns casos estamos a falar de poupanças de cêntimos, nós precisamos de uma reprogramação fiscal que efetivamente os portugueses sintam”, defendeu.

“Muitos produtos da composição alimentar habitual dos portugueses estão nessas taxas intermédias e mais elevadas e, portanto, apenas ir aos produtos, ou quase todos, da taxa reduzida não vai resolver o problema”, afirmou, numa justificação da proposta de descida das restantes taxas de IVA.

O deputado considerou que o IVA zero em alguns produtos terá um impacto “muito insignificante” no “bolso dos portugueses”. Ainda assim, anunciou que a proposta de lei do Governo não terá oposição do CHEGA quando for votada na Assembleia da República.

“Votaremos provavelmente favoravelmente em relação ao IVA zero porque nós já propusemos o IVA zero. O Governo já rejeitou antes cinco vezes o IVA zero proposto por vários partidos, inclusivamente pelo CHEGA”, indicou.

O presidente do CHEGA criticou ainda a constituição de uma comissão de acompanhamento prevista pacto para a estabilização e redução de preços dos bens alimentares assinado na segunda-feira entre o Governo, a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

“Não conhecemos os detalhes desse acordo e não percebemos muito bem para que é preciso uma comissão de acompanhamento porque a ASAE já existe, a Autoridade da Concorrência também”, afirmou Ventura, apontando que esta comissão deverá “gastar mais dinheiro ao erário público”.

Últimas de Política Nacional

O presidente do CHEGA, André Ventura, assumiu hoje que o partido tem como objetivo uma vitória nas próximas legislativas, afirmando que qualquer outro desfecho será um "resultado menos bom".
O CHEGA, que mantém o terceiro lugar, volta a subir nas sondagens, superando a fasquia dos 20% das intenções de voto.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, intentou, no passado dia 14, uma providência cautelar em tribunal para retirar os cartazes do CHEGA associados à corrupção, nos quais surge ao lado de José Sócrates.
O presidente do CHEGA recusou-se hoje a retirar os cartazes do partido em que Luís Montenegro aparece ao lado de José Sócrates associado ao tema da corrupção e acusou o primeiro-ministro de conviver mal com a democracia.
A idade mínima para um jovem poder casar-se em Portugal passou para 18 anos, agora que o Presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República que proíbe o casamento de menores.
O líder do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, são parecidos e estão sob suspeitas de falta de integridade, defendendo que não têm condições para governar.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, já havia afirmado por diversas vezes que pretendia reduzir o número de deputados com assento na Assembleia da República e, durante a campanha para as eleições regionais da Madeira, que decorrerão no próximo domingo, expressou também a sua intenção de reduzir o número de deputados nos parlamentos regionais.
O Presidente do CHEGA e candidato a primeiro-ministro deixa claro que o seu objetivo é “formar um governo de direita em Portugal e acabar com os vícios do socialismo no nosso país”.
André Ventura considera “uma vergonha” que partidos se unam para evitar que o relatório final do inquérito ao caso das gémeas atribua responsabilidades a Marcelo Rebelo de Sousa e a Lacerda Sales.
As candidaturas às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio podem ser apresentadas até 07 de abril, e o voto antecipado em mobilidade decorre no dia 11 de maio, segundo o calendário hoje divulgado pela CNE.