Universidade de Coimbra “condena todos os atos de assédio sexual, moral ou outros”

©facebook.com/amilcar.falcao.9

O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, condenou hoje todos os atos de assédio sexual, moral ou outros, deixando a garantia de que terá sempre “tolerância zero” em relação a estas matérias.

“A Universidade de Coimbra, em abstrato e em geral, condena todos os atos de assédio sexual, moral ou outros. Temos os nossos mecanismos internos para trabalhar e para evitar, ou pelo menos para detetar e para condenar, o que tiver de ser condenado”, alegou.

À saída de uma cerimónia que assinalou esta tarde, em Coimbra, os 54 anos da Crise Académica de 1969, promovida pela Associação Académica de Coimbra (AAC), Amílcar Falcão evidenciou que, “até ao momento, não tem havido grandes denúncias” e que terá sempre “tolerância zero” em relação a estes casos.

“Ainda há pouco, no discurso que fiz, elogiei a criação do canal de denúncia na Associação Académica de Coimbra, que penso que é um passo em frente em relação a outras instituições. Ou seja, a nossa associação de estudantes tem o seu próprio canal de denúncia e penso que isso é saudável: é mais um canal que existe e que passam os estudantes a poder utilizar”, referiu.

À agência Lusa, o reitor da Universidade de Coimbra destacou que existem também “outros canais internos com bastante independência, como é o caso da comissão de trabalhadores”.

“Mas, seja como for, todos os canais são poucos para que nós possamos detetar e, dentro do possível, evitar que este tipo coisas possam acontecer na academia. Presumo que não será possível evitar sempre, mas, pelo menos, quando forem apanhados, nós estaremos cá para condenar de forma séria”, sustentou.

Questionado diretamente sobre os alegados casos de assédio no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão escusou-se a tecer qualquer comentário.

“Primeiro porque o CES é uma entidade autónoma juridicamente da Universidade e, portanto, não tenho jurisdição sobre o CES. Por outro lado, porque o próprio CES já desencadeou um conjunto de mecanismos no sentido de averiguar a situação”, justificou.

Três investigadoras que passaram pelo Centro de Estudos Sociais denunciaram situações de assédio e violência sexual num capítulo do livro intitulado “Má conduta sexual na Academia – Para uma Ética de Cuidado na Universidade”, publicado pela editora internacional Routledge.

As autoras do capítulo, a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, estiveram no CES, como, respetivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.

Os investigadores Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins acabaram por ser suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES, até ao apuramento das conclusões da comissão independente que a instituição está a constituir para averiguar as acusações de que são alvo.

Após surgirem notícias sobre o capítulo, os dois investigadores negaram todas as acusações.

Últimas do País

A ULS Amadora-Sintra abriu um inquérito interno ao caso divulgado pela Polícia Judiciária de um alegado abuso sexual de uma utente no Hospital Fernando Fonseca, envolvendo dois internados, anunciou hoje a instituição.
As infeções respiratórias graves continuam a aumentar em Portugal, sobretudo em idosos e crianças, com aumento de casos de gripe nos cuidados intensivos na semana passada e excesso de mortalidade por todas as causas, revelou hoje o INSA.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve 19 pessoas que conduziam com excesso de álcool no sangue, durante o primeiro dia da operação Natal e Ano Novo 2025/2026, que arrancou na quinta-feira e e que já regista um morto.
O bacalhau deverá ficar mais caro já no próximo ano, face à redução de quotas no Mar de Barents e ao contexto internacional, segundo as estimativas da Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB).
A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve 84 pessoas no primeiro dia da operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança 2025-2026, entre elas 15 por condução em estado de embriaguez e 12 por conduzirem sem carta.
Quatro serviços de urgência hospitalares de Ginecologia e Obstetrícia vão estar encerrados no sábado, subindo para cinco no domingo, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde.
O CHEGA elegeu nas últimas eleições autárquicas 13 presidentes de junta. Se um dos temas da campanha foi a ‘imigração’, a ‘passagem de atestados de residência sem qualquer controlo’ foi o tema e uma das grandes bandeiras dos autarcas do CHEGA.
Felicidade Vital, deputada do CHEGA, acusa o Governo de promover um verdadeiro retrocesso nos direitos das mulheres através do novo pacote laboral. A deputada alerta que o diploma fragiliza vínculos, alarga horários e facilita despedimentos num mercado onde “as mulheres já concentram os salários mais baixos e os contratos mais instáveis”, classificando a reforma como um ataque direto à maternidade, à conciliação entre vida profissional e familiar e à autonomia feminina.
A Linha SNS 24 atendeu desde o início de dezembro cerca de 307 mil chamadas, um aumento de 17% face ao mesmo período do ano passado, e o tempo médio de espera foi de 10 minutos.
A estrutura de missão da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA), criada para regularizar processos em atraso, termina no final do ano com um saldo positivo de 62 milhões de euros.