As (más) companhias de Santos Silva

Todos nos lembramos de como os socialistas protegeram e branquearam José Sócrates até à última hora, respondendo com agressividade a quem ousasse denunciar o ex-primeiro-ministro e todas as suspeitas que sobre si recaíam e que acabaram por levar à sua prisão preventiva e acusação no processo Marquês.

Do círculo mais próximo de Sócrates fazia parte Augusto Santos Silva, primeiro como ministro dos Assuntos Parlamentares, e depois como Ministro da Defesa, tendo sido das personalidades políticas mais vocais relativamente à tese de que estava montada uma perseguição política ao ex-primeiro-ministro.

Em 2009, quando já circulava abundante informação sobre os esquemas em que Sócrates estava envolvido, Santos Silva mostrava-se indignado com a «campanha negra» feita contra o primeiro-ministro por causa do caso Freeport e referia que essa campanha estava assente na violação do segredo de justiça, escudando-se nessa figura jurídica para afastar qualquer suspeita sobre o seu amigo.

Explicava na altura que tinha como «obrigação» «denunciar a tentativa de pôr a democracia portuguesa refém de campanhas negras» referindo que estes ataques se baseavam em factos falsos. Isto quando já eram conhecidas as escutas no caso do licenciamento do Freeport, emitidas pela TVI, em que Charles Smith chamava corrupto a José Sócrates, referindo que vários pagamentos teriam sido feitos ao então ministro do Ambiente, José Sócrates, através de um primo, e ao Partido Socialista.

Mas 2009 foi também o ano em que tiveram lugar três importantes eleições – europeias, legislativas e autárquicas – pelo que o Partido Socialista tinha de cerrar fileiras em torno do líder, mesmo que sobre esse líder recaíssem suspeitas mais do que suficientes para o apontarem como um perigo para a democracia.

E assim foi. Sócrates foi reeleito, desta feita sem maioria absoluta, mas contando com a abstenção do PSD para formar o seu segundo Governo, tendo premiado Santos Silva, um dos seus mais fervorosos apoiantes, com a pasta da Defesa.

Ora, o Augusto Santos Silva que não teve qualquer dificuldade em defender um político como Sócrates, ensombrado com inúmeros casos de corrupção, é o mesmo que recebe de braços abertos Luís Inácio Lula da Silva, condenado e depois ‘descondenado’ num dos maiores casos de corrupção de sempre a envolver um Chefe de Estado, e com fortes ligações a… José Sócrates.

É por isso sem surpresa que vemos Santos Silva a receber Lula no Parlamento. Afinal, nunca teve pruridos em defender o indefensável, mesmo que isso implicasse branquear a corrupção.

Editoriais do mesmo Autor

Os bombeiros têm nas suas funções apoiar os cidadãos em situações de grande melindre e aflição. Vemo-los nas situações de incêndios urbanos e rurais, inundações, desencarceramento, substâncias perigosas, transporte de doentes, etc, etc. Tudo situações em que muitos fogem a sete pés! Ora, os Soldados da Paz nunca fogem! Se necessário pagam com a sua vida […]

O PSD já não esconde que as “linhas vermelhas” e o “não é não” só funcionam em relação ao CHEGA, mas só com este, e não com o PS, responsável por três bancarrotas em democracia e episódios lamentáveis de gestão muito duvidosa dos dinheiros públicos. Com esta opção, nomeadamente ao oferecer aos portugueses como solução […]

Decorridos cerca de três meses da entrada em funções do “novo” governo da AD, depois das promessas eleitorais e de os portugueses já terem votado, eis que temos mais do mesmo. O apoio intenso e sem hesitações às pretensões de António Costa para realizar o seu sonho europeu, depois do pesadelo que causou aos portugueses […]

Depois de ter caído o governo socialista, por causas muito mal explicadas por António Costa, e de este ter assumido não ter condições para ser primeiro-ministro – já o sabíamos há muito tempo – agora, já se considera apto e o melhor dos melhores para ser Presidente do Conselho Europeu! E, pasme-se, com o apoio […]

Há pouco tempo, fomos confrontados com o caso das gémeas luso-brasileiras que se deslocaram ao nosso país e com quem o contribuinte português gastou milhões de euros num medicamento inovador, mas num procedimento muito, muito duvidoso. Ao mesmo tempo, ouvimos agora a narrativa de que afinal o Brasil é que é um credor de Portugal […]