FENPROF responsabiliza Governo por greve dos professores

©FENPROF

A Federação Nacional de Professores (FENPROF) responsabilizou hoje o Governo pela greve dos professores, considerando que o que está na origem da paralisação é “o desinvestimento” deste governo e de outros na escola pública.

A FENPROF responsabiliza ainda o Governo de António Costa por ter deixado “chegar ao final do ano letivo sem dar resposta aos problemas que estão na origem da luta dos professores”, ao mesmo tempo que acusa o ministro João Costa e a equipa ministerial de “incapacidade negocial”

Em comunicado, a FENPROF responde assim a declarações do ministro da tutela, João Costa, que, no sábado, em Torres Vedras, afirmou que as greves dos professores decretadas para durante os exames nacionais e as avaliações finais colocam em causa a escola pública.

“Desejamos é que o ano letivo termine com uma tranquilidade que é devida a todos os alunos, até porque nós já estamos a chegar a um momento em que os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos. É a essência da escola pública que está a ser posta em causa por estas greves sucessivas”, disse João Costa, no sábado, à agência Lusa.

Para a FENPROF, a negociação “não se resume ao número de reuniões realizadas, mas às soluções que delas advêm”.

A estrutura sindical dos professores mantém-se, contudo, disponível para “encontrar soluções que permitam devolver a tranquilidade à vida das escolas” de modo a inverter-se a greve e a participação de professores nas manifestações de terça-feira em Lisboa e no Porto, coincidindo com períodos de avaliação e exames

“Se do Ministério da Educação não surgir a mesma disponibilidade, com abertura para negociar soluções, desde logo a recuperação do tempo cumprido e a dispensa de vaga para todos, terá a equipa ministerial de assumir a responsabilidade pelo que se passar neste final de ano letivo”, sublinha o comunicado da FENPROF.

A FENPROF acusa ainda o Ministério de parecer ter “uma agenda fechada, impeditiva de um diálogo consequente que desemboque em processos negociais efetivos”.

“Começou pela Mobilidade por Doença, excluindo milhares de docentes dessa mobilidade; seguiu-se o diploma de concursos que não mereceu o apoio de qualquer organização, dados os aspetos negativos que não foram eliminados; é agora o chamado “acelerador” ou “corretor de assimetrias” da progressão na carreira que não garante uma coisa nem outra, exemplifica.

Para a estrutura sindical, a “evidente falta de investimento” na escola pública nos dias de hoje “reflete-se na crescente falta de docentes”, no “abandono de alguns e quebra de procura por parte dos jovens que concluem o secundário”.

Um problema que — alega — “se abate sobre os alunos, levando a que milhares não tenham todos os professores por largos períodos de tempo e um número igual ou superior tenham aulas com diplomados em outras áreas, que não a docência”.

Os professores lutam “por uma escola pública de qualidade”, conclui a FENPROF.

Últimas do País

O jovem de 23 anos suspeito de ter esfaqueado mortalmente um turista norte-americano na madrugada de quarta-feira, em Cascais, ficou esta sexta-feira em prisão preventiva.
A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal está a investigar uma denúncia apresentada por uma jovem de 20 anos que afirma ter sido sequestrada por três homens, de quem aceitou boleia na Amadora.
A comunidade indiana tornou-se, este ano, a segunda mais numerosa em Portugal, totalizando 98.616 cidadãos. Até então, esse lugar era ocupado por Angola, que agora ocupa a terceira posição, com 92.348 residentes.
O presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) disse que a manifestação de hoje é o início de vários protestos que os polícias vão realizar "até deixarem de ser discriminados", estando marcado para as próximas semanas outras iniciativas.
A Provedoria de Justiça contesta a fórmula de cálculo usada pelo Instituto da Segurança Social (ISS) para fixar pensões unificadas, considerando que limita “injustamente” o acesso e valor destas prestações, em prejuízo dos cidadãos
Esta semana está a ser sangrenta em Portugal, particularmente na Área Metropolitana de Lisboa. Em menos de 48 horas, três pessoas foram assassinadas e quatro foram internadas em estado grave. “Inqualificável”, diz André Ventura.
Nove em cada 10 Unidades de Saúde Familiar (USF) reportaram no último ano faltas de material básico como vacinas, e quase todas tiveram falhas informáticas, segundo o estudo anual que retrata o estado dos cuidados de saúde primários.
Um milhão e 800 mil pessoas a residir em Portugal vivem em famílias com rendimento inferior a 632 euros por mês, segundo dados divulgados esta sexta-feira pela Pordata, por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Cerca de 40% das Unidades de Saúde Familiar (USF) dizem ter falta de profissionais na equipa e mais de 80% registaram ausências prolongadas, que tiveram de ser colmatadas maioritariamente com profissionais da mesma equipa.
A adesão à greve de hoje dos enfermeiros é de 100% no bloco operatório do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e nas consultas externas do Hospital de Viseu, segundo dados avançados à Lusa pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.