Número de portugueses parados nas fronteiras britânicas sobe após Brexit

© D.R

Desde o início do novo sistema de imigração no Reino Unido pós-Brexit, em 2021, já foram parados nas fronteiras britânicas mais de 1.000 portugueses para interrogatório, mostram dados oficiais.

Estatísticas do Ministério do Interior britânico indicam que em 2021 foram intercetados 494 portugueses e nos primeiros nove meses de 2022 o número já ascendia aos 570.

Estes valores são dez vezes ou mais superiores aos 52 registados em 2018, 51 em 2019 e 35 em 2020, antes de a saída do Reino Unido da União Europeia se tornar efetiva.

As estatísticas mostram um aumento deste tipo de situações em geral com cidadãos europeus desde 2021, embora a proporção varie conforme as nacionalidades.

De acordo com o Ministério do Interior britânico, os passageiros intercetados na fronteira podem ser retidos temporariamente até 24 horas para interrogatório e averiguações de os funcionários suspeitarem que poderão violar as regras, como procurar trabalho sem visto.

O cônsul-geral de Portugal em Londres, Luis Leandro da Silva, não foi informado sobre tentativas de imigração irregular, mas admitiu que muitas destas situações podem estar relacionadas com falta de informação.

“Sendo um sistema [de imigração] ainda muito recente, é normal que haja um certo desconhecimento do mesmo, sobretudo entre os cidadãos de origem europeia que pretendem vir para o Reino Unido e estão a adaptar-se à nova realidade do pós-Brexit e à necessidade de vistos para aqueles que desejam aqui trabalhar, residir ou estudar”, afirmou à Lusa.

O Governo britânico realizou uma campanha de informação dos europeus sobre o sistema de imigração baseado em pontos do Reino Unido, com material traduzido em todas as línguas dos 27 Estados membros da União Europeia (UE), incluindo em português.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal também alertou no seu portal sobre o novo regime de imigração britânico.

Após a saída do Reino Unido da UE, os europeus que queiram estudar ou trabalhar naquele país precisam de um visto, dependendo a atribuição do preenchimento de determinados requisitos.

As condições incluem uma oferta de emprego ou um lugar numa universidade, salário mínimo de 25.600 libras (29.900 euros no câmbio atual) e conhecimentos da língua inglesa.

As visitas a amigos ou família, turismo ou em trabalho podem prolongar-se até seis meses e não estão sujeitas a visto prévio.

Últimas do País

A ministra da Saúde garantiu hoje que o projeto de ampliação e requalificação do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, “não está na gaveta” e que “já tem pernas” para avançar “no início do próximo ano”.
A Grande Lisboa registou um aumento de mais de 6,1% na criminalidade geral nos primeiros dez meses do ano, revelam dados oficiais da PSP. Apesar da descida ligeira nos crimes violentos, o cenário global aponta para uma região onde a insegurança cresce de forma consistente.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje em Lisboa um cidadão estrangeiro de 26 anos, que fugiu à polícia em agosto, por tráfico de droga, anunciou hoje aquela polícia.
O parlamento da Madeira aprovou hoje, por maioria, uma proposta de lei à Assembleia da República apresentada pelo CHEGA para revogar o limite de referência de droga para consumo médio individual de dez para cinco dias.
A Cloudfare anunciou esta terça-feira estar a investigar uma falha na sua rede global que provocou a 'queda' de vários clientes, como a rede social X, o 'chatbot' ChatGPT e o videojogo 'League of Legends'.
A Polícia Judiciária deteve no aeroporto de Lisboa, em três ações distintas, três mulheres estrangeiras, entre os 20 e os 39 anos, suspeitas do crime de tráfico de droga, indicou esta terça-feira a PJ.
Nos primeiros 10 meses de 2025, foram detidas pela Polícia Judiciária (PJ) 269 suspeitos de crimes sexuais, mais do que em todo o ano de 2024, quando foram detidos 251, revelou hoje o diretor da instituição.
O antigo governante e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara foi detido na segunda-feira pela PSP, em Lisboa, para cumprir os dois anos e meio da prisão que restam devido aos processos Face Oculta e Operação Marquês.
O consumo global de antibióticos em Portugal aumentou 8% entre 2019 e 2024, quatro vezes mais do que a média de 2% registada nos países da União Europeia, revelou hoje o Infarmed no Dia Europeu do Antibiótico.
Mais de 35 mil pessoas morrem anualmente devido a infeções resistentes aos antibióticos, estimou hoje o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), alertando que a resistência antimicrobiana continua a aumentar na Europa.