Pinto Moreira pode vir a ser acusado de tráfico de influência em novo processo

O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira pode vir a ser acusado de tráfico de influência num novo processo, por alegadamente ter pedido a um vereador da Câmara de Ovar, no distrito de Aveiro, para que viabilizasse um projeto de construção.

O caso foi investigado no âmbito da operação Vórtex, relacionada com corrupção na Câmara de Espinho, mas, num despacho a que a Lusa teve hoje acesso, o Ministério Público (MP) determinou a separação processual da matéria indiciária relativa ao processo que correu termo na Câmara de Ovar.

Os factos em causa, segundo o MP, são suscetíveis de integrar a prática do crime de tráfico de influência pelo deputado social-democrata e presidente da Câmara Municipal de Espinho entre 2009 e 2021.

No início deste ano, a SIC noticiou que Joaquim Pinto Moreira teria pedido a um vereador da Câmara de Ovar que viabilizasse um projeto de construção, a pedido de um arquiteto de Espinho, um dos arguidos da operação Vórtex.

Segundo aquela estação de televisão, o MP acredita que, enquanto deputado, Joaquim Pinto Moreira reuniu-se com o vereador de Ovar, sugeriu fazer contactos junto do presidente da autarquia, Salvador Malheiro, e pressionou uma técnica da Autoridade Nacional de Proteção Civil para favorecer um projeto do empresário Francisco Pessegueiro, outro arguido da Operação Vórtex.

O Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto não conclui que o ex-presidente da Câmara de Espinho recebeu qualquer quantia pelo alegado trabalho de intermediário, mas entende que Pinto Moreira recebeu a promessa de, pelo menos, 50 mil euros.

A Câmara de Ovar já veio, entretanto, a público esclarecer que, em maio de 2022, Joaquim Pinto Moreira solicitou o agendamento de uma reunião com o vereador do Urbanismo para tratar de assunto relacionado com um processo de obras.

“Esta reunião foi realizada, tendo sido exposto o assunto que, pelo vereador, foi encaminhado para a análise técnica pelo Serviço Municipal competente”, refere a autarquia, adiantando que este é o “procedimento habitualmente” seguido pelos eleitos locais nos atendimentos que efetuam a solicitação dos munícipes ou outros cidadãos.

Ainda de acordo com a autarquia, na sequência da análise técnica dos serviços competentes, o pedido foi indeferido e esse indeferimento foi notificado ao titular do processo, em 08 de julho de 2022.

Além deste caso, Pinto Moreira foi já acusado de corrupção passiva agravada, tráfico de influências e violação das regras urbanísticas por funcionário no processo Vórtex, relacionado com projetos urbanísticos da Câmara de Espinho.

O social-democrata pediu a suspensão do mandato no final de março, após ser constituído arguido, mas dois meses depois anunciou que iria retomar o lugar no parlamento sem avisar a direção do PSD, que acabou por lhe retirar a confiança política.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que, se for eleito Presidente da República, admite vir a decretar estados de exceção para "dar poder extraordinário" à polícia e outras autoridades para combater o crime.
O presidente do CHEGA pediu ao Governo que faça cedências nalguns pontos, como o trabalho por turnos, para se aprovar uma nova legislação laboral, reiterando a sua disponibilidade para um acordo nesta matéria.
Os partidos entregaram 2.176 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), num novo recorde, de acordo com a informação disponível no 'site' da Assembleia da República.
O CHEGA entregou esta sexta-feira, 7 de novembro, mais de 600 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no último dia do prazo definido pelo Parlamento, que coincidiu com o encerramento das audições na especialidade.
O partido liderado por André Ventura quer acabar com as portagens nas autoestradas para aliviar os custos das famílias e empresas, mas o ministro das Finanças rejeita a medida, defendendo que o princípio “utilizador-pagador” deve manter-se para proteger as contas públicas.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende reduzir e uniformizar a taxa de IVA aplicada ao setor da hotelaria e restauração, fixando-a em 13% para todos os serviços, incluindo bebidas alcoólicas e refrigerantes.
O CHEGA passou a integrar o executivo da Câmara Municipal de Sintra, na sequência de um acordo político que o presidente da autarquia, Marco Almeida, considera ser “um sinal de respeito pela vontade democrática dos sintrenses”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, revelou ter investido 637.239,59 euros na construção da sua habitação em Espinho, entre 2016 e 2021. Este montante não inclui os 100 mil euros aplicados em 2015 na compra do terreno onde o imóvel viria a ser edificado.
O prazo de entrega para propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) termina hoje, dia que marca também o final das audições na especialidade no parlamento.
A Câmara aprovou a nomeação de Rui Emanuel Moreira da Rocha para o conselho de administração dos SMAS, por proposta do presidente socialista Fernando Ferreira.