Ventura critica “programa fraco” que não resolve carga fiscal sobre empresas

O presidente do CHEGA, André Ventura, criticou hoje o acordo de rendimentos assinado no sábado entre Governo e membros da concertação social, apontando que "não vai resolver o grosso dos problemas".

© Folha Nacional

“Acho que é um acordo que fica muito aquém daquilo que nós precisávamos neste momento e daquilo que o Governo tinha anunciado”, disse Ventura aos jornalistas, no início de uma visita à Feira de Outubro, em Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa.

O acordo foi assinado com a União Geral de Trabalhadores (UGT), a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), e estabelece, entre outras medidas, o aumento do salário mínimo para 820 euros.

André Ventura assinalou que o documento não contempla qualquer forma de redução da carga fiscal sobre as empresas, que, alegou, permitiria o pagamento de salários mais altos.

“Nós não temos nenhuma medida estrutural sobre a carga fiscal sobre as empresas. Foi anunciado um alívio progressivo do IRS, mas não temos nenhuma notícia”, registou, aguardando pela apresentação do Orçamento do Estado para 2024, que o Governo vai entregar no parlamento na terça-feira.

André Ventura apontou que o seu partido irá apresentar uma proposta “para o pagamento de um 15.º mês sem impostos aos trabalhadores”.

O presidente do CHEGA sublinhou que são necessárias “medidas de estímulo à economia, de apoio às empresas, de aumentos de salários”, incluindo no setor da saúde.

“Se nós não fizermos, de facto, um investimento nos recursos humanos do SNS [Serviço Nacional de Saúde], criando um regime de atratividade própria, nós podemos fazer o que quisermos, mas vamos ter de continuar a importar médicos e a exportar os nossos melhores. E isso exige investimento. É este investimento, este choque de investimento no SNS que o Governo devia anunciar”, defendeu André Ventura.

O presidente do CHEGA pediu um novo modelo de gestão do Serviço Nacional de Saúde e uma redução do IVA (imposto sobre o consumo).

“O Governo tinha margem neste Orçamento, provavelmente é o último ano em que tínhamos margem, estamos a receber as verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e ainda estamos a beneficiar de um certo ciclo económico. O Governo vai optar por ter um orçamento, mais uma vez, de remendos cirúrgicos”, criticou.

O documento assinado no sábado apresenta 54 pontos, assentes em cinco eixos: valorização dos salários, atração e fixação de talento, rendimentos não salariais para os trabalhadores, medidas relativas à fiscalidade e financiamento de empresas, e simplificação administrativa e custos de contexto.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.