Rui Moreira defende que nova lei da droga “facilita circuitos” do tráfico

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu hoje ser preciso um "combate efetivo" ao tráfico de droga e considerou que a nova lei, que entrou em vigor no início do mês, "facilita os circuitos do tráfico".

© Facebook/ruimoreira

“É preciso um combate efetivo ao tráfico e não somos diferentes do resto da Europa. O que foi aprovado pelo Parlamento facilita os circuitos do tráfico”, afirmou Rui Moreira, durante a sessão potestativa da Assembleia Municipal que decorreu na segunda-feira à noite.

A nova lei da droga, aprovada em 19 de julho, descriminaliza as drogas sintéticas e faz uma distinção entre o tráfico e o consumo dessas novas substâncias.

Na sessão, dedicada ao tema da segurança na cidade, Rui Moreira disse não caber ao presidente da câmara “ser o xerife”, mas alertou para “o paraíso fiscal” que o Porto é para o tráfico de estupefacientes.

“Um consumidor precisa, em média, de 250 euros por dia. Essa pessoa precisa de ter acesso a 7.500 euros por mês e a esmagadora maioria dessas pessoas não consegue de forma lícita. (…) Se fizermos a conta aos consumidores habituais que estão registados [na sala de consumo], é um negócio de 100 milhões de euros. Somos um paraíso fiscal para o tráfico”, referiu.

Destacando que urge resolver o problema da droga, o autarca independente considerou que “por muito que o sr. ministro [da Administração Interna] queira disponibilizar polícias, a manta é manifestamente curta”, dando como exemplo o que se sucedeu no bairro da Pasteleira.

“Durante meses a situação na Pasteleira melhorou, as pessoas que ali viviam sentiam-se mais seguras e aceitaram com bons olhos a sala de consumo. Começou a surgir aqui e ali uma transferência desse fenómeno, no Cerco, em Ramalde. (…) Em vez de percebermos que aquele exemplo estava a ser bem conseguido, que precisávamos de criar outras salas noutros sítios, que aquilo que temos de exigir à PSP é mais recursos, quisemos tirar as pessoas da Pasteleira”, referiu.

Rui Moreira salientou ainda que enquanto a presença policial não for ativa na cidade, “mais vale ter” videovigilância “do que nada”.

“Não tenho nenhuma obsessão relativamente à videovigilância, num mundo perfeito não seria necessário. Estarem na via pública é um bocado ‘big brother is whatching you’, retirá-las é ‘nobody is whatching you’. (…) A probabilidade de termos um número de polícias suficientes nos próximos três a quatro anos é muito baixa. Uma vez resolvido, está resolvido”, referiu, dizendo que a presença policial no bairro da Pasteleira é melhor do que qualquer câmara de videovigilância.

“Quem não caça com cão, caça com gato”, acrescentou.

Agendada pelo movimento independente “Aqui Há Porto!”, a sessão potestativa da Assembleia Municipal para discutir a segurança na cidade ficou, sobretudo, marcada pelo consenso entre a maioria das forças políticas.

Da sessão resultou a aprovação, por maioria, das propostas do movimento independente, do PSD e da CDU, que apesar de distintas na sua redação, instam o Governo a reforçar o efetivo da PSP, bem como a dotar as forças policiais dos meios e recursos necessários.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA afirmou hoje que Gouveia e Melo protagoniza cada vez mais as causas do PS, sobretudo por ter Mário Soares como modelo presidencial, e apostou que o ex-primeiro-ministro António Costa vai votar no almirante.
O CHEGA obteve em Lisboa 26.755 votos, mais três do que a CDU, confirmando a distribuição de mandatos de dois vereados para o CHEGA e um para a coligação, segundo a assembleia de apuramento geral.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a Europa e o mundo "orientam-se para a direita" e defendeu que os partidos da sua família política são os "baluartes da defesa da liberdade".
O projeto de lei do CHEGA que pretende proibir a ocultação do rosto em espaços públicos foi aprovado hoje no Parlamento.
O deputado Rui Cristina foi eleito, no último domingo, Presidente da Câmara Municipal de Albufeira pelo CHEGA. A sua eleição marca uma mudança importante na política local que era dominada, há décadas, por outras forças políticas. Rui Cristina renunciará ao mandato de deputado e tomará posse como presidente da câmara nas próximas semanas, assumindo o compromisso de uma gestão próxima da população, com foco na segurança, no turismo e na valorização da identidade local.
André Ventura assume candidatura presidencial como missão e critica imigração descontrolada e sobrecarga no SNS, defendendo que só o CHEGA pode "pôr ordem no país".
Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades políticas e de gestão do INEM decidiram hoje ouvir dois familiares das vítimas mortais associadas a atrasos no atendimento durante a greve do ano passado.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Presidente da República quer atrasar a entrada em vigor da Lei de Estrangeiros por não concordar com as alterações a esta legislação.
O presidente do CHEGA, André Ventura, acusou hoje o PS de ser um “partido vendido”, depois de os socialistas anunciarem que irão abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2026 e assim permitir a sua aprovação.
O Governo desconhece, não utiliza e não sabe onde está a aplicação 'Tagline' — uma plataforma de comunicação interna financiada com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que custou 1,6 milhões de euros.