“É uma decisão que tomaram as federações e um caminho que está a ser feito para a organização do Mundial e também outros torneios. Um evento deste tipo é sempre muito importante para os países, que aproveitam para reformar as infraestruturas e os estádios. Seguramente vai trazer melhorias e é importante para as sociedades, pois os países, muitas vezes, desenvolvem-se com estes eventos. Temos todos ansiedade para que o evento comece o quanto antes e nas melhores condições”, apontou o dirigente.
Em conferência de imprensa durante a cimeira tecnológica Web Summit, em Lisboa, Javier Tebas abordou vários tópicos da atualidade desportiva, nomeadamente os que estão relacionados com o futebol espanhol, como o caso Rubiales, caso Negreira e os casos frequentes de racismo com o avançado brasileiro do Real Madrid Vinícius Júnior.
“O chefe de uma empresa, por muito eufórico que esteja, não poderá dar um beijo a uma empregada. É considerado abuso de posição. E tocar nos genitais também. Ele já tinha experiência de muitos anos e nada justifica uma atitude destas. É preciso ter a consciência de que não pode continuar a ser presidente de uma das federações mais importantes do mundo, por não conseguir conter a euforia”, frisou, acerca de Rubiales.
Os cenários de racismo verificados nos estádios de futebol em Espanha, sobretudo os que envolvem Vinícius Júnior, têm merecido “uma atenção especial”, com campanhas a serem efetuadas e algumas com sucesso, exemplificando com uma situação recente.
“Fizemos campanhas contra o racismo e homofobia e vigiamos muito mais, sobretudo nos jogos onde o Vinícius está presente, temos uma atenção especial. Graças a estas medidas, há algumas semanas, num jogo do Real Madrid com o Sevilha, um espetador que o insultou, a imitar um macaco, foi expulso do recinto durante a partida”, contou.
Questionado sobre a saída de alguns futebolistas importantes da Liga espanhola para a Liga inglesa, como o norueguês Martin Odegaard, atualmente ao serviço do Arsenal, o dirigente espanhol, de 61 anos, ripostou com a transferência do alemão Gundogan do Manchester City para o FC Barcelona, e com Jude Bellingham, “o melhor jogador inglês a jogar em Espanha”, nomeadamente no Real Madrid, e que tem tido grande impacto.
“O Bellingham tem tido um impacto muito grande na nossa Liga. É uma figura inglesa que atrai muitíssimo. Sabíamos que era um grande jogador, mas encontramo-nos ante um jogador que está num nível que ninguém esperava. Os impactos económicos [de Bellingham a jogar em Espanha] veremos nas próximas temporadas, se se mantiver no Real Madrid, como é expectável”, considerou Tebas, que preside a La Liga desde 2013.
Javier Tebas voltou ainda a apelar a uma regulação financeira a nível internacional aos clubes europeus, sendo “muito importante a sustentabilidade do futebol europeu”, para que não existam desequilíbrios, apontando aos casos de Manchester City e PSG.