Debate instrutório do caso das golas antifumo marcado para 19 de dezembro

O debate instrutório do caso das golas antifumo, que levou em 2019 a demissões no Governo, realiza-se no dia 19 de dezembro, adiantou hoje à Lusa fonte ligada ao processo.

© DR

Segundo a mesma fonte, a diligência da fase de instrução – que começou em março – está marcada para as 10:00 desse dia no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, após ter chegado a estar agendada para a próxima segunda-feira.

Entre os 19 arguidos (14 pessoas e cinco empresas) estão o ex-secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves e o ex-presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil Mourato Nunes, numa acusação revelada pelo Ministério Público (MP) em julho de 2022, na sequência das suspeitas sobre a compra de golas de autoproteção no programa “Aldeia Segura – Pessoas Seguras”, lançado na sequência dos incêndios florestais de 2017.

A marcação do debate instrutório esteve suspensa algum tempo devido a uma decisão sobre recursos ligados ao processo que estava pendente no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) e que apenas chegou no passado dia 31 de outubro, validando como prova os emails (e outras comunicações) que tinham sido apreendidos e foram usados na acusação do MP.

Em causa estava uma sucessão de despachos entre novembro e dezembro de 2021 dos então dois juízes do TCIC – Carlos Alexandre e Ivo Rosa.

Em 30 de novembro de 2021, Ivo Rosa declarou em despacho a apreensão do correio eletrónico e de outras comunicações de José Artur Neves e Mourato Nunes, entre outros arguidos, como prova proibida, quando já tinha sido anteriormente validada. No entanto, o processo passou depois para Carlos Alexandre, que, em 14 de dezembro desse ano, declarou o anterior despacho de Ivo Rosa inexistente, ou seja, reverteu a anulação daquelas provas.

O MP recorreu da decisão de Ivo Rosa, enquanto dois arguidos recorreram do despacho de Carlos Alexandre. Segundo o acórdão do TRL, a que a Lusa teve acesso, os desembargadores Luís Almeida Gominho, Paulo Barreto Ferreira e Manuel Advínculo Sequeira acabaram por “declarar a inexistência jurídica” do despacho de Ivo Rosa na parte em que considerou como proibida a prova que já tinha sido validada em seis despachos anteriores.

Em causa neste processo estão alegados crimes de fraude na obtenção de subsídio, participação económica em negócio e abuso de poder.

A investigação identificou “ilegalidades com relevo criminal em vários procedimentos de contratação pública” no âmbito do programa “Aldeia Segura – Pessoas Seguras”, que foi cofinanciado pelo Fundo de Coesão, considerando que causou prejuízos para o Estado no valor de 364.980 euros, supostamente desviados a favor dos arguidos.

Últimas do País

Os ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram um novo reforço de verbas para as Unidades Locais de Saúde e IPO, no valor de 600 milhões de euros, destinado à regularização de dívidas em atraso, foi hoje anunciado.
As viagens na A1 entre Lisboa e o Porto irão aumentar 45 cêntimos, para 25,05 euros, subindo ainda 50 cêntimos na A2 entre Lisboa e Algarve, para 23,80 euros, a partir de 01 de janeiro, segundo comunicado da Brisa.
Cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia vão estar fechadas na véspera e no dia de Ano Novo e uma de Pediatria na quarta-feira, segundo dados do Portal do SNS.
O presidente da Comissão Política de Secção do PSD de Vila Nova de Paiva foi detido pela GNR numa operação criminal que envolve ameaças, posse de armas ilegais e apreensão de munições e notas falsas.
O sistema europeu de controlo de fronteiras para cidadãos extracomunitários vai ser suspenso por três meses no aeroporto de Lisboa, infraestrutura que vai ser reforçada "de imediato" com militares da GNR, anunciou esta terça-feira o Ministério da Administração Interna (MAI).
A costa sul e as regiões montanhosas da ilha da Madeira vão estar sob aviso laranja na quinta-feira devido à previsão de chuva por vezes forte, que poderá ser benéfica sob a forma de granizo, segundo o IPMA.
Seis pessoas morreram nas estradas e 170 condutores foram detidos por excesso de álcool entre sábado e segunda-feira, no âmbito das operações que a GNR e a PSP estão a desenvolver no período de ano novo.
O tempo de espera para doentes urgentes no serviço de urgência geral do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) rondava às 09h45 de hoje como 16 horas e 30 minutos, segundos dados do Portal do SNS.
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) afirmou hoje que a descida de casos de cancro em 2022 reflete uma normalização estatística, após os atrasos nos diagnósticos provocados pela pandemia, alertando que a tendência é de aumento.
associação que representa os médicos tarefeiros disse hoje que as urgências hospitalares só funcionam graças ao trabalho dos referidos de serviço e determinadas que o atual modelo assenta num modelo de “exploração silenciosa”.