CIP quer pacto entre PS e PSD para que país “não pare”

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, defendeu hoje um pacto entre PS e PSD para que o país “não pare” até que o governo que sairá das eleições de março esteja em plenas funções.

© Facebook /CIP

“É preciso que haja um compromisso entre os candidatos a chefe de governo para que em questões essenciais da nossa economia não haja paragem”, afirmou o dirigente associativo em declarações à agência Lusa à entrada para um almoço/conferência promovido pela Associação Comercial do Porto, onde foi o orador convidado.

Salientando que uma “paragem significa, pelo menos, seis meses de 2024 sem governo em plenas funções e sem orçamento aprovado”, o líder da CIP apelou para um “compromisso” em nome do “interesse nacional”, que – destacou – “não é o interesse da disputa político-partidária”.

“Convidamos os partidos a fazer uma reflexão sobre o interesse nacional e a que sejam portadores deste compromisso para que, efetivamente, o país não pare”, disse Armindo Monteiro.

“Em princípio, fazemos um apelo àqueles partidos que serão quem irá chefiar o governo, mas, naturalmente, isto deve envolver todos”, acrescentou.

Paralelamente, a CIP apela a que os programas eleitorais “sejam portadores de esperança e não aproveitem os medos, as ansiedades e não explorem o momento que o país vive”.

“Isto significa colocar na centralidade do discurso político a economia, para conseguirmos ter um país mais próspero, um país que tenha maior capacidade de ultrapassar estas crises, seja esta que estamos a viver, seja aquela que vivemos na pandemia. Precisamos que haja verdadeiramente um compromisso na sociedade e a CIP está disponível para esse compromisso”, sustentou.

Reiterando “a necessidade de se convergir numa agenda que não é uma agenda de disputa político-partidária”, Armindo Monteiro enfatizou que “a política deve servir o bem da nação”: “E só vamos conseguir fazer isso se confiarmos, se criarmos base de confiança entre os propósitos de todos”, considerou.

“As empresas não vão a votos e não votam”, sublinhou o presidente da CIP, garantindo que a confederação está “disponível para, a partir do momento em que o governo seja constituído – por uma ou por várias forças políticas – ser imediatamente um aliado desse governo”.

“Não temos uma visão político-partidária, mas temos uma visão a favor da prosperidade do país, a favor da prosperidade dos portugueses e a favor da prosperidade das empresas”, concluiu o dirigente associativo.

Últimas de Economia

Nos primeiros nove meses do ano, foram comunicados ao Ministério do Trabalho 414 despedimentos coletivos, mais 60 face aos 354 registados em igual período de 2024, segundo os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai solicitar mais informações aos bancos sobre os ativos de garantia que permitem mais financiamento.
A economia portuguesa vai crescer 1,9% em 2025 e 2,2% em 2026, prevê a Comissão Europeia, revendo em alta a estimativa para este ano e mantendo a projeção do próximo.
A Comissão Europeia prevê que Portugal vai registar um saldo orçamental nulo este ano e um défice de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, segundo as projeções divulgadas hoje, mais pessimistas do que as do Governo.
A taxa de juro no crédito à habitação desceu 4,8 pontos para 3,180% entre setembro e outubro, acumulando uma redução de 147,7 pontos desde o máximo de 4,657% em janeiro de 2024, segundo o INE.
A Comissão Europeia estimou hoje que a inflação na zona euro se mantenha em torno dos 2%, a meta do Banco Central Europeu (BCE) para estabilidade de preços, até 2027, após ter atingido recordes pela guerra e crise energética.
A Comissão Europeia previu hoje que o PIB da zona euro cresça 1,3% este ano, mais do que os 0,9% anteriormente previstos, devido à “capacidade de enfrentar choques” face às ameaças tarifárias norte-americanas.
Mais de 20 contratos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foram considerados irregulares pelo Tribunal de Contas (TdC), tendo os processos seguido para apuramento de responsabilidades financeiras, avançou à Lusa a presidente da instituição.
Os Estados Unidos suspenderam as negociações de um acordo comercial com a Tailândia devido às tensões na fronteira com o Camboja, após Banguecoque suspender um entendimento de paz assinado em outubro com a mediação do Presidente norte-americano.
A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos nos hospitais subiu quase 15%, entre janeiro e setembro, de acordo com dados hoje publicados pelo Infarmed.