Portugal tem 2 meses para transpor lei da UE sobre malparado e proteção dos consumidores

A Comissão Europeia notificou hoje Portugal por o país não ter comunicado a transposição da diretiva relativa aos gestores de créditos e aos compradores de créditos, com salvaguardas de proteção dos consumidores, dando dois meses para que o faça.

© DR

Num comunicado hoje divulgado, o executivo comunitário indica que Portugal e outros 20 Estados-membros (Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Espanha, França, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Finlândia) “não comunicaram à Comissão a transposição integral destes artigos até à data-limite de 29 de dezembro de 2023”.

Em causa está a diretiva europeia relativa aos gestores e aos compradores de créditos, que cria um mercado funcional secundário da UE para os créditos não produtivos (malparado), estabelecendo regras para a autorização e supervisão e fornecendo um conjunto de critérios harmonizados, com o intuito de criar salvaguardas para reforçar a proteção dos consumidores.

Os Estados-membros tinham de ter adotado e publicado as medidas de transposição da diretiva para o direito nacional até 29 de dezembro de 2023, mas estes 21 países não o fizeram e, por isso, Bruxelas notificou-os hoje.

Por não ter comunicado a adaptação à lei nacional destas novas regras europeias, Portugal dispõe agora de um prazo de dois meses para responder à carta de notificação hoje anunciada pela Comissão Europeia e cumprir tal legislação completando a sua transposição.

Caso não o faça, o executivo comunitário pode decidir emitir um parecer fundamentado, a etapa seguinte num processo de infração, e levar o país a tribunal.

No comunicado hoje publicado, a instituição defende ainda que as novas regras comunitárias “asseguram que a transferência dos direitos do credor não altera a obrigação contratual original entre as partes e que os consumidores podem invocar contra o comprador do empréstimo qualquer defesa que poderiam ter invocado contra o credor original”.

“Mais importante ainda, a diretiva introduz medidas de tolerância significativas para proteger os consumidores, como o refinanciamento do contrato de crédito, o adiamento do pagamento das prestações da dívida, a alteração da taxa de juro ou o perdão parcial, bem como requisitos de informação para aumentar a transparência na relação com o credor”, conclui.

Últimas de Economia

A Comissão Europeia alertou hoje para “novos desafios” relacionados com a crise habitacional que aumentam os riscos de pobreza e de desigualdade social em Portugal, dado haver mais pessoas com encargos excessivos de habitação.
A Comissão Europeia alertou hoje que Portugal "corre o risco de exceder significativamente" o teto máximo para despesas líquidas definido ao abrigo do plano de médio prazo, embora falando numa situação orçamental "próxima do equilíbrio" em 2026.
Portugal exportou até setembro 53,3 milhões de pares de sapatos no valor de 1.321,7 milhões de euros, mais 3,8% em quantidade e 2,1% em valor face ao período homólogo, anunciou hoje a associação setorial.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi 2.025 euros por metro quadrado em outubro, mais 17,7% do que no mesmo mês de 2024, disse hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As empresas multinacionais garantiram mais de um quarto das receitas totais de IRC arrecadadas pelo Estado português em 2022, 29% do total, mostram estatísticas hoje divulgadas pela OCDE.
A empresa estatal Parpública anunciou hoje, em comunicado, que recebeu "três declarações de manifestação de interesse" pela privatização da TAP, cuja entrega de candidaturas encerrou às 16:59.
O prazo para a entrega das manifestações de interesse pela privatização da TAP termina hoje, seguindo-se agora a análise das candidaturas pela Parpública e a preparação para as propostas não vinculativas.
Os pagamentos aos beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ultrapassaram a barreira dos 10.000 milhões de euros na última semana, com as empresas a manterem-se na liderança, segundo o último relatório de monitorização.
O endividamento do setor não financeiro, que reúne administrações públicas, empresas e particulares, aumentou 9.400 milhões de euros em setembro face a agosto, para 866.400 milhões de euros, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O International Airlines Group (IAG) entregou à Parpública uma declaração de interesse no processo de privatização da TAP, anunciou hoje o grupo dono da British Airways e da Iberia, um dia antes do final do prazo definido.