CHEGA indisponível para reforma que tente “silenciar ou manietar” justiça

O presidente do CHEGA garantiu hoje que o seu partido não participará num entendimento para uma reforma que tente "silenciar, para atrofiar ou para manietar a justiça" e acusou PS e PSD de o quererem fazer.

© Folha Nacional

“O CHEGA não alinhará em nenhuma reforma de justiça que seja para silenciar, para atrofiar ou para manietar a justiça, quer seja o Ministério Público, quer os tribunais, quer a Polícia Judiciária, para dar uma sensação de impunidade aos políticos”, afirmou André Ventura.

O CHEGA alinha numa reforma da justiça focada “no combate à morosidade dos processos, por um lado, por outro, na possibilidade de uma comunicação eficaz, articulada com o regime do segredo de justiça, para que possamos saber algumas coisas […] e por outro lado, na apreensão e no confisco de bens e também na independência do poder judicial”, referiu.

O líder do CHEGA disse também que “parece haver uma tentativa em curso dos dois principais partidos, quer do PS, quer do PSD, de quererem silenciar a justiça”.

André Ventura falava aos jornalistas antes de uma arruada no Barreiro (distrito de Setúbal) e comentou as declarações do secretário-geral do PS, que defendeu um consenso político alargado para uma reforma da justiça.

O presidente do CHEGA considerou que “Pedro Nuno Santos tem agora uma posição de ataque frontal à Justiça, de dizer que tem que ser clarificada a hierarquia do Ministério Público e de propor uma reforma também ao jeito, aliás, do que [o ex-presidente do PSD] Rui Rio ontem [quinta-feira] defendeu”.

Ventura pediu “algum cuidado e alguma ponderação nos ataques que são feitos nesta altura”, considerando que é preciso “dar o benefício da dúvida à justiça e deixar os tribunais superiores decidirem”.

“A tentativa que PS e PSD estão a ensaiar de aniquilar a justiça e de a silenciar com a suposta máscara de querer que a Procuradora-Geral da República se tenha que demitir, como já ouvi dizer, ou de que o Ministério Público tem agora de dar explicações por estar em causa políticos ou uma crise política, é dar esta ideia aos cidadãos: quando é pessoas normais, não há problema nenhum, quando é políticos há muito problema e nós temos é que silenciar a justiça”, defendeu.

Sobre o caso da Madeira especificamente, considerou que o Ministério Pública não arriscaria “uma operação desta envergadura se não tivessem indícios fortes que haveria ilegalidades” e, no que toca aos arguidos terem estado detidos durante 21 dias, acabando por ser libertados, não quis qualificar, afirmando que “a lei não é clara nessa matéria”.

“Quem impediu a sua libertação foi o mesmo juiz que acabou por decidir que eles não estavam indiciados. Não foi uma decisão nem do Ministério Público, nem da Polícia Judiciária”, referiu.

Questionado também sobre o comunicado entretanto divulgado, no qual a Procuradora-Geral da República assegurou fazer um “acompanhamento próximo” do processo sobre as suspeitas de corrupção na Madeira e remeteu esclarecimentos se “entender oportuno”, André Ventura destacou que “o Ministério Público tem regras que tem de respeitar em matéria de segredo de justiça”.

“O pior que nós políticos podemos fazer é, quando nos toca a nós, pedir a demissão dos operadores da justiça, porque dá a ideia aos cidadãos que nós queremos um regime para nós”, afirmou também.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial André Ventura considerou hoje “um bom indício” ter havido um esclarecimento por parte do Ministério Público relativamente ao inquérito que envolve Gouveia e Melo e frisou que é importante saber qual a sua conclusão.
Antes de integrar o atual Governo, André Marques criou um perfil falso nas redes sociais para atacar adversários numa eleição para a Ordem dos Contabilistas Certificados. O Ministério Público evitou o julgamento com uma suspensão provisória.
Alexandra Leitão, ex-cabeça de lista do PS à Câmara de Lisboa e atual vereadora da oposição, contratou como assessora a mulher de Pedro Nuno Santos por uma avença mensal de €3.950 mais IVA, num acordo que pode atingir quase €95 mil em dois anos.
A mais recente sondagem da Pitagórica mostra o partido liderado por André Ventura a disparar para os 22,6%, com a maior subida do mês de dezembro, enquanto a AD perde terreno e o PS estagna.
Há 57 ajustes diretos sob escrutínio do Ministério Público. Os contratos foram aprovados quando Henrique Gouveia e Melo comandava a Marinha e o inquérito continua ativo, apesar do perdão financeiro do Tribunal de Contas.
O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que pretende participar na reunião do Conselho de Estado convocada para dia 09 de janeiro, mas renovou o apelo para que, “em nome da igualdade”, o encontro seja adiado.
O Presidente da República (PR) anunciou hoje a criação de centros de elevado desempenho na área de obstetrícia e ginecologia, esperando que venha a permitir respostas “sistemáticas e rigorosas” e que os “consensos mínimos” em termos laborais sejam uma realidade.
O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, fez hoje um “apelo final” ao Presidente da República para que adie a reunião do Conselho de Estado para a semana seguinte à segunda volta das presidenciais.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje a proibição dos maquinistas conduzirem sob o efeito do álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.
O candidato presidencial e líder do CHEGA considerou hoje a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.