Guardas prisionais em greve a 29 de abril por falta de resposta do Governo a problemas

Os guardas prisionais marcaram hoje uma greve para 29 de abril em protesto contra a falta de resposta do novo Governo a um pedido de "reunião urgente" para "resolver problemas" como a valorização das carreiras e a atualização salarial.

© D.R.

O pré-aviso da paralisação de 24 horas foi hoje emitido e incidirá sobre todos os serviços prestados pelos guardas prisionais, incluindo diligências e acompanhamento de visitas, indicou à Lusa Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que convocou a greve.

“Hoje ficámos muito indignados. O primeiro-ministro anunciou no parlamento que ia reunir com a PSP e a GNR, esqueceu-se da guarda prisional”, lamentou Frederico Morais.

Em 29 de março, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional exigiu uma reunião com a nova ministra da Justiça, Rita Júdice, até ao final de abril, considerando ser urgente discutir a atual situação dos serviços prisionais.

Segundo Frederico Morais, esse pedido de “reunião urgente” não teve resposta formal até à data.

Contudo, após o envio do pré-aviso de greve, o sindicato foi hoje contactado pelo gabinete da secretária de Estado da Justiça, Maria José Barros, para uma reunião “o mais breve possível”, mas sem data marcada, acrescentou o dirigente sindical.

“Se não nos chamam, se não nos ouvem, temos que mostrar que estamos cá. Porque estão a esquecer-se de nós ao convocarem outras forças de segurança”, criticou Frederico Morais, assinalando que a reunião do Governo com a PSP e a GNR, anunciada hoje, foi agendada para sexta-feira.

“Exigimos ser recebidos para resolver o nosso problema, não é para falar sobre ele”, vincou, destacando que guardas prisionais com mais de 20 anos de profissão apenas “subiram dois ou três níveis na carreira”.

Além da valorização das carreiras, os guardas prisionais reclamam a atualização de salários e suplementos remuneratórios, incluindo a atribuição de um suplemento de missão semelhante ao que foi atribuído à PJ.

O Programa do Governo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, aprovado na quarta-feira, promete valorizar as carreiras de guardas prisionais.

Este ano, os guardas prisionais já tinham estado em greve, apenas às diligências, durante quase um mês, entre 13 de fevereiro e 09 de março.

De acordo com o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, há 3.885 guardas prisionais em Portugal, mas são necessários mais cerca de 1.500.

Últimas do País

O número de pedidos para indemnizações por abusos sexuais na Igreja Católica aumentou para 93, disse hoje a coordenadora do Grupo VITA.
O Estado está a ser ultrapassado dentro da sua própria casa: cerca de 300 fogos públicos foram tomados ilegalmente e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) admite não ter mãos a medir. Lisboa lidera o caos, os despejos duplicam e a vigilância é impossível num património espalhado por 493 bairros.
O presidente da associação de médicos tarefeiros, que hoje se reuniu com o Ministério da Saúde, prevê entregar à tutela até ao final do ano as suas propostas para disciplinar a prestação de serviços nos hospitais públicos.
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) avalia os quase dois anos de expansão das Unidades Locais de Saúde (ULS) como “acidentados” num país onde as assimetrias criaram integração de cuidados “muito diferente nos vários locais”.
Elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto terminaram ao início desta manhã de realizar buscas a “várias residências dos Super Dragões no distrito do Porto, avançou fonte da PSP do Porto.
A Polícia Judiciária está a realizar hoje buscas na Câmara Municipal de Coruche, no distrito de Santarém, confirmou à Lusa a força de segurança, sem revelar mais pormenores sobre a operação.
No último dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2026, a proposta do CHEGA foi aprovada com votos a favor do PSD e CDS-PP, votos contra de PS, PCP, BE, Livre e PAN e abstenção da IL.
O parlamento aprovou hoje duas propostas de alteração do CHEGA sobre a construção de autoestradas, em Coimbra e Castelo Branco, bem como uma iniciativa para o lançamento da obra do IC6 em Seia.
A Associação Nacional de Escolas de Condução Automóvel (ANIECA) alertou esta quarta-feira para a escalada de fraudes nos exames práticos e teóricos de condução, com recurso a equipamentos escondidos ou até "duplos", e exigiu medidas imediatas para travar a escalada.
Portugal prepara-se para entrar no grupo dos países com as leis da nacionalidade mais duras de toda a União Europeia. Se as alterações aprovadas no Parlamento, e agora sob escrutínio do Tribunal Constitucional, avançarem, será mais fácil tornar-se francês, alemão, belga ou sueco do que obter o cartão de cidadão português.