Montenegro diz que é preciso facilitar a imigração

O Primeiro-ministro, Luís Montenegro, viajou até Cabo Verde, no passado dia 20 de abril, onde prometeu facilitar a imigração proveniente desse país. Numa visita até a cidade da Praia, capital de Cabo Verde, Montenegro juntou-se ao homólogo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, para “abrir fronteiras para quem queira vir para Portugal”.

© Folha Nacional

Para o Primeiro-ministro português, “o que se pode esperar de Portugal é respeito pela dignidade das pessoas” e maior agilidade em matéria de vistos para entrar no país e tratamento do fluxo migratório.

Durante o encontro, Ulisses e Montenegro trocaram elogios, indicaram as linhas de convergência e a vontade de reforçar relações, expandindo o investimento privado, com o primeiro-ministro português a garantir que não haverá alterações das regras para entrada de imigrantes oriundos dos países da CPLP em Portugal.

“Regras mais ágeis” foram adotadas com países com maior proximidade como Cabo Verde ou outros países que falem português, “sem quaisquer alterações de regras com o novo Governo”, disse.

Em reação a estas declarações, o Presidente do CHEGA mostrou-se “estupefacto” com a posição assumida pelo primeiro-ministro, considerando-a “irresponsável”.

“Luís Montenegro está a fazer o mesmo que fez Marcelo Rebelo de Sousa quando disse aos cidadãos timorenses que podiam vir para Portugal. Todos sabemos qual foi o resultado destas declarações: imigrantes de Timor a viver em tendas em Lisboa sem qualquer dignidade”, vincou André Ventura, alertando, novamente, para a necessidade de controlar o fluxo de imigrantes em Portugal.

“O CHEGA não é contra a imigração, apenas quer um controlo e fiscalização da mesma. Não podemos continuar a ter imigrantes a viver na rua ou amontoados às dezenas em pequenos apartamentos. Isto não é ser solidário, é ser irresponsável”, frisou.

Recorde-se que uma das propostas da Aliança Democrática (AD), na campanha eleitoral, visava o fomento à aprendizagem do idioma como forma de melhorar a integração. Mais ainda, em junho do ano passado, quando Montenegro era ainda apenas presidente do PSD, reforçou a necessidade de Portugal ter um programa “bem estruturado de atração, acolhimento e de integração e imigrantes” para evitar que estas pessoas sejam alvo de redes de tráfico.

Na altura, Montenegro defendeu que “muitos dos imigrantes não tinham condições dignas de acolhimento, habitação e de apoio social”. Passado um ano, admite a “evidência que o país tem acumulado problemas na agência que substituiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no que toca ao atendimento e prontidão de resposta. E isso está a prejudicar muito as pessoas”.

Agora, em paralelo aos problemas considerados como imediatos no acolhimento de imigrantes, Montenegro refere que “a intenção primordial do Governo português” é a adoção de uma “politica de portas que não são nem escancaradas, nem fechadas, uma política de regulamentação no respeito pelos direitos”, prometendo ainda “mais agilidade neste processo”.

De acordo com o Primeiro-ministro, o objetivo passa por constituir um Governo que funcione com equilíbrio, isto porque “a ideia de que podemos funcionar sem regras é utópica, nem tem vantagens para quem procura qualidade de vida”, mas, por outro lado, “a ideia de fechar portas e frustrar a mobilidade” também não é viável.

Para justificar esta linha de pensamento, o social-democrata destacou que, nos últimos anos, “a procura por soluções mais ágeis acabou por levar ao entupimento dos serviços” e, que por essa razão, ações deveram ser tomadas para conseguir agilizar os mecanismos de forma a “desentupir” o mecanismo, porque “não estão a dar uma reposta capaz”, arrematou.

Últimas de Política Nacional

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao INEM deverá realizar 115 audições, prevendo iniciar as reuniões nos dias 17 e 18 de dezembro, anunciou hoje a presidente da comissão, Marta Silva.
A discussão e votação na especialidade dos projetos de PSD, PS, CHEGA, IL, CDS-PP e PAN para regulamentar a atividade de lóbi foi hoje reagendada para a manhã da próxima sexta-feira.
O Parlamento aprovou hoje, na especialidade, um diploma de combate à lavagem de dinheiro através de criptoativos, para prevenir atividades ilícitas neste setor a partir de 01 de julho de 2026.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, rejeitou hoje que tenha pedido favores ao antigo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, referindo que apenas 'recomendou o perfil' de uma pessoa para desempenhar determinadas funções.
O candidato presidencial André Ventura considerou que o seu adversário Henrique Gouveia e Melo tem “todos os amigos” de José Sócrates consigo, desafiando-o a esclarecer o envolvimento de pessoas ligadas ao antigo primeiro-ministro na sua candidatura.
Afonso Camões apresentou esta terça-feira a demissão do cargo de mandatário distrital da candidatura de Henrique Gouveia e Melo, justificando a decisão com a necessidade de evitar “embaraços” ao ex-chefe da Marinha na corrida a Belém.
Portugal arrecadou 5,9 mil milhões de euros em impostos ambientais em 2024, alcançando o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 4,2% face a 2023.
A sondagem ICS/ISCTE mostra Ventura a liderar nos atributos “líder forte” (22%) e “preocupação com as pessoas” (19%), superando os restantes candidatos.
Todos os autarcas do PSD que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Fátima no mandato de 2017-2021 foram constituídos arguidos no âmbito do processo relativo às obras da Casa Mortuária de Fátima, estando acusados do crime de peculato.
O partido CHEGA alertou para os "graves prejuízos" causados pelo vírus da língua azul nas explorações de ovinos no Alentejo e questionou o Governo sobre medidas para travar a doença e apoios aos criadores.