CHEGA quer ouvir ministra da Cultura sobre devolução de obras a ex-colónias

O CHEGA requereu hoje a audição urgente da ministra da Cultura no parlamento sobre eventuais devoluções de obras de arte a ex-colónias, anunciou o líder do partido, que admitiu usar um potestativo se o requerimento for chumbado.

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas no parlamento, André Ventura afirmou que o CHEGA deu entrada com este requerimento por ter vindo a público que Dalila Rodrigues defendeu a devolução de obras de arte a ex-colónias, antes de ser ministra da Cultura.

Em entrevista ao Observador, em novembro, a atual ministra da Cultura defendeu que “é fundamental assumir o imperativo da restituição de bens apropriados, independentemente das condições da sua receção”, considerando que não se pode “continuar a exercer um poder tutelar sobre os locais de proveniência indevida das peças”.

O CHEGA quer que Dalila Rodrigues “explique a sua posição sobre a devolução de obras de arte” às ex-colónias e vai também pedir ao Ministério da Cultura “dados reais e concretos se, até ao momento, houve alguma devolução ou entrega de qualquer obra de arte ou objeto museológico”.

“Nós precisamos de saber o que o senhor primeiro-ministro pensa sobre isto, porque é grave termos uma ministra da Cultura que entende que é correto e satisfatório entregar obras de arte portuguesas, ou em posse portuguesa, às nossas antigas províncias ultramarinas”, disse.

Ventura alegou que, caso se restituam obras de arte às ex-colónias, se estaria “a abrir uma caixa de Pandora” e Portugal também teria de ser “ressarcido de espanhóis, franceses ou outros”.

“Qualquer devolução da obra de arte a qualquer outro país soberano será uma traição ao povo português. O CHEGA está mesmo sério quando diz que, se for feita qualquer reparação ou qualquer compensação, (…) nós não hesitaremos em avançar com uma moção de censura ao Governo”, disse.

Para o líder do CHEGA, essa restituição não marcaria “apenas a história deste Governo”, mas “futuras gerações, décadas e décadas de vida portuguesa, que ficarão marcadas ao assumir uma responsabilidade histórica e política que indigna e que envergonha Portugal”.

“Por isso, a senhora ministra da Cultura deverá vir ao parlamento. Nós usaremos, se necessário, um potestativo para o fazer, explicar se a sua posição se mantém, se o ministério da Cultura português vai entregar ou já entregou algumas obras de arte, caso em que pediremos a sua imediata restituição”, afirmou.

Nestas declarações aos jornalistas, André Ventura foi ainda questionado sobre o balanço que faz do primeiro mês do Governo, tendo respondido que foi “um falhanço porque foi uma oportunidade perdida”.

“O Governo tinha a possibilidade de ter construído um cenário maioritário que já tivesse permitido fazer reformas, e vejam as reformas que já podiam ter sido feitas: na tributação, portagens, mobilidade, pensões, polícias e saúde. Nada foi feito”, criticou.

Já sobre a exoneração da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, Ventura considerou que ela “era devida há muito tempo”, mas defendeu que cabe agora ao Governo “levar a cabo as auditorias que tiver de levar” para perceber o que aconteceu na instituição e “enviar para o Ministério Público o que tiver de ser enviado”.

Últimas de Política Nacional

André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.
O Governo carrega no ISP e trava a fundo na queda que estava prevista no preço dos combustíveis. A promessa estala, a confiança vacila e Montenegro enfrenta a primeira fissura séria na sua credibilidade fiscal.
Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.