UE pede à Venezuela que reconsidere anulação do convite para observadores

A União Europeia (UE) pediu hoje ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que reconsidere a anulação do convite para que o bloco europeu envie uma missão de observadores às eleições presidenciais, agendadas para 28 de julho.

© D.R.

O apelo foi feito através de um comunicado da delegação da UE na Venezuela.

“A União Europeia lamenta profundamente a decisão unilateral do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela de retirar o seu convite para a missão de observação das eleições presidenciais de 28 de julho”, referiu a nota informativa do bloco comunitário, divulgada na rede social X.

No mesmo comunicado, a representação da UE em Caracas frisou que “o povo venezuelano deve poder eleger o seu presidente em eleições credíveis, transparentes e competitivas, respaldadas pela observação internacional, incluindo a da União Europeia, que tem um longo e distinto historial de observação independente e imparcial”.

“Em conformidade com o Acordo de Barbados assinado [em outubro de 2023], pelas autoridades venezuelanas e pelos partidos da oposição que prevê especificamente que a UE seja convidada a observar as eleições, fazemos um apelo ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela para que reconsidere a sua decisão”, afirmou a representação.

O CNE da Venezuela anulou na terça-feira o convite à UE para enviar uma missão de observação às eleições presidenciais de 28 de julho, segundo informou o presidente daquele organismo, Elvis Amoroso.

A decisão foi justificada com a ratificação de sanções pelos países europeus a membros do Governo e do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido no poder).

“O poder eleitoral revoga e deixa sem efeito o convite que estendeu a toda a UE para que participasse através de uma missão de observação”, assinalou Amoroso, quando faltam dois meses para as eleições e pouco depois de o presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, ter solicitado esta anulação.

O presidente do CNE argumentou na mesma ocasião que a decisão foi fundamentada nos poderes atribuídos ao organismo, mas também tendo em consideração o “incalculável dano patrimonial” que as sanções europeias estão a causar “na saúde de crianças e idosos” na Venezuela.

Apesar de as medidas sancionatórias aplicadas pela UE serem estritamente direcionadas a indivíduos, pelo que não abrangem empresas estatais nem bens públicos venezuelanos que afetem a população em geral, Elvis Amoroso insistiu que as sanções impedem “o acesso a medicamentos e alimentos, além de afetarem a educação, o desporto, a economia, restringirem os empresários, a aquisição de matérias-primas e produtos intermédios necessários à indústria nacional, limitando ainda o exercício e o princípio da liberdade económica e a sua contribuição para o desenvolvimento da nação”.

As sanções, segundo argumentou Amoroso, geraram “perdas de 125 mil milhões de dólares [cerca de 114 mil milhões de euros] que, sem dúvida alguma, estariam destinados ao investimento social”.

“A partir do CNE, exigimos à UE que proceda ao levantamento total das sanções coercitivas unilaterais e genocidas impostas ao nosso povo e cesse a sua posição hostil contra a Venezuela”, insistiu o representante.

No passado dia 13 maio, a UE decidiu levantar temporariamente sanções impostas a dirigentes da Venezuela, no âmbito dos esforços para a realização de eleições presidenciais “inclusivas e competitivas” a 28 de julho, nas quais Nicolás Maduro é candidato à reeleição.

Os 27 Estados-membros do bloco europeu decidiram, em concreto, aliviar as sanções à liderança do CNE, bem como a três antigos membros do organismo. A medida envolveu, em particular, a suspensão provisória da aplicação de restrições a viagens para território da UE.

Em 2021, a Venezuela aceitou uma missão de observação da UE às eleições regionais, quando as sanções já estavam em vigor.

Últimas do Mundo

O estilista Giorgio Armani morreu aos 91 anos, anunciou hoje o Grupo Armani, em comunicado.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou hoje que não há "uma única prova" que ligue o ex-Presidente brasileiro a qualquer tentativa de golpe de Estado e afirmou que o arguido delator "mentiu".
O GPS do avião utilizado pela presidente da Comissão Europeia numa visita à Bulgária foi alvo de interferência e as autoridades búlgaras suspeitam que foi uma ação deliberada da Rússia.
Mais de 800 pessoas morreram e cerca de 2.700 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6 e várias réplicas no leste do Afeganistão na noite de domingo, anunciou hoje o Governo.
Pelo menos três civis morreram e seis ficaram feridos em ataques russos na região ucraniana de Donetsk nas últimas 24 horas, declarou hoje o chefe da administração militar regional, Vadim Filashkin, na rede social Telegram.
Um navio de guerra norte-americano entrou no canal do Panamá em direção às Caraíbas, testemunhou a agência France-Presse, numa altura em que os planos de destacamento militar de Washington naquela região está a provocar a reação venezuelana.
O número de fogos preocupantes em Espanha desceu de 12 para nove nas últimas 24 horas, mas "o final" da onda de incêndios deste verão no país "está já muito próximo", disse hoje a Proteção Civil.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, denunciou que mísseis russos atingiram hoje a delegação da União Europeia (UE) em Kyiv, na Ucrânia.
O Governo de Espanha declarou hoje zonas de catástrofe as áreas afetadas por 113 grandes incêndios no país nos últimos dois meses, 15 dos quais continuam ativos, disse o ministro da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska.
Mais de dois mil milhões de pessoas ainda não têm acesso a água potável em condições de segurança, alertou hoje a ONU num relatório que expressa preocupação com o progresso insuficiente na cobertura universal do fornecimento de água.