Na semana passada, foi divulgado que esta conhecida casa de leilões ia organizar uma licitação para aquilo a que chamaram a “Bíblia de Quejana”, cuja origem situaram no final do século XIII ou início do século XIV.
A Christie’s descreve-a como uma cópia rara e explica que não se trata da bíblia completa, uma vez que foi “desmembrada” antes do final do século XVII.
Esta terça-feira será leiloado “apenas um décimo da bíblia original”, que se estimava ter 700 páginas, como explica a deputada da Cultura, Ana del Val, que considera um exagero falar da “Bíblia de Quejana” e que é mais correto dizer “os pergaminhos do leilão”.
Estes pergaminhos encontravam-se em Quejana entre os séculos XVII e XIX, no escritório do encarregado da contabilidade em nome da prioresa. Aí eram utilizados como material de escritório descartável, pois serviam de pastas para guardar documentação e, de facto, têm anotações posteriores.
Para além dos 22 rolos bíblicos encontrados em Quejana, foram descobertos outros 13 pertencentes a um livro de hinos do século XV e dois outros ainda por identificar.
A descoberta destes documentos é a principal razão de ter sido decidido não licitar terça-feira no leilão outras 64 páginas da mesma bíblia, embora seja uma possibilidade que foi “seriamente” considerada.
Outra razão foi a impossibilidade de recolher a bíblia na íntegra, algo que “poderia ter um certo interesse patrimonial”, dado que em 2016 e 2017 já foram leiloadas algumas páginas do mesmo livro.