“Governo está a negociar com PS, logo o CHEGA está fora”

O líder do CHEGA reiterou hoje que o seu partido "está fora das negociações" do próximo Orçamento do Estado porque o Governo continua "a negociar com o PS", e admitiu que só voltaria a negociar um documento novo.

© Folha Nacional

Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura foi questionado sobre as palavras do seu líder parlamentar, que de manhã afirmou que, se o Governo excluir o PS das negociações do próximo orçamento e mostrar disponibilidade para acolher propostas do CHEGA, o partido está disponível para permitir a sua viabilização.

O líder do CHEGA reiterou que o seu partido “está fora destas negociações e foi isso que o líder parlamentar também deixou claro”, insistindo que “é irrevogável, o Chega está fora destas negociações orçamentais”.

“Não há o ‘se’, o Governo está a negociar com o PS, logo o CHEGA está fora destas negociações”, insistiu, considerando que, como o documento é entregue no parlamento daqui a um mês, “não pode deixar de negociar com o PS, a não ser que refaça o orçamento do Estado todo, o que não é possível”.

André Ventura disse que para o CHEGA voltar a negociar “teria de ser outro orçamento, não este”.

“Se o Governo quiser, por pressão do Presidente da República, por outro [motivo] qualquer, e aí vamos ao encontro destas palavras, acabar com este orçamento todo e então começar a construir um outro, bom, isso seria outra coisa, mas não é este orçamento, teria que ser outro, já não era neste tempo, teria que ser num tempo mais para a frente”, indicou.

Se forem “iguais aos do PS”, no que depender do CHEGA “não passará”.

O presidente do CHEGA recusou dissonância de posições, defendendo que Pedro Pinto foi ao encontro da posição que tem manifestado nos últimos dias.

No sábado, André Ventura foi questionado sobre o que levaria o CHEGA de volta à mesa das negociações, e respondeu que o seu partido “não negoceia com partidos que estão a negociar com o PS simultaneamente as medidas do PS” e que “era preciso que o Governo voltasse tudo atrás e dissesse ‘afinal não queremos negociar medidas do PS, vamos aceitar negociar medidas à direita contra a corrupção, contra a imigração, legal e ilegal, pela descida de impostos'”.

Sobre a reação da ministra da Justiça à fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, André Ventura considerou que Rita Alarcão Júdice falou tarde e “de forma pouco eficaz e apropriada” e argumentou que a governante “conseguiu fazer o que seria impensável, dizer que houve uma cadeia sucessiva de falhas e de erros graves, sem nunca apontar o erro e a falha grave do próprio Estado”.

Nesta declaração aos jornalistas, o presidente do CHEGA foi questionado também sobre o facto de o partido ter rejeitado, a par de PSD e CDS-PP, a realização de um debate sobre a TAP esta tarde, com a presença do ministro das Infraestruturas, na Comissão Permanente da Assembleia da República.

Ventura disse que quer ouvir o ministro no parlamento “num debate com grelha própria, com tempo para responder e com tempo para fazer perguntas, não é no meio de uma comissão permanente, sem nenhum tempo para fazer o escrutínio”.

O presidente do CHEGA defendeu que este “é um assunto demasiado sério” e “as coisas têm que ser feitas com dignidade” e rejeitou que a TAP fosse discutida numa comissão permanente com outros pontos na agenda.

Últimas de Política Nacional

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aceitou o pedido de demissão apresentado hoje pelo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida.
O Presidente da República anunciou hoje a dissolução da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, decisão que obteve parecer favorável de Conselho de Estado, e marcou eleições regionais antecipadas para 23 de março.
O parlamento aprovou hoje a reposição de 302 freguesias por desagregação de uniões de freguesias criadas pela reforma administrativa de 2013.
O Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República, reúne-se hoje para se pronunciar sobre a eventual dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira, na sequência da aprovação de uma moção de censura ao Governo Regional.
O primeiro contrato por ajuste direto é do tempo do Governo de António Costa e pagou à Motorola 6,8 milhões de euros por vários equipamentos, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Um bombeiro de primeira dos voluntários de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, foi agredido à paulada por indivíduos de etnia cigana. De acordo com o Correio da Manhã (CM), o caso aconteceu por volta das 16 horas de segunda-feira, quando este bombeiro, de 34 anos, “abastecia o camião cisterna de água para levar para a localidade de Odivelas – operação que esta corporação faz todas as semanas.”
Passadas menos de 24 horas da manifestação da esquerda e da extrema-esquerda em defesa dos imigrantes em Portugal, e da vigília do CHEGA pelas nossas forças de segurança, as ruas do coração de Lisboa voltaram a ser palco de uma nova rixa entre cidadãos indostânicos.
Em causa está um plano orçado em 3,3 milhões para criar um festival e um "laboratório" de ópera entre Badajoz e Elvas, no âmbito do Operegrina, com 49 iniciativas a realizar na raia e cujo valor total ascendia a seis milhões.
O parlamento português debate hoje em sessão plenária o plano nacional de aplicação do Pacto Europeu de Migrações e Asilo, cuja primeira versão já foi entregue em Bruxelas.
Um texto de substituição à proposta de reversão de freguesias agregadas pela “Lei Relvas” deu hoje entrada no parlamento, prevendo a separação de 135 freguesias para repor a situação administrativa que 303 destas autarquias tinham em 2013.