“A corrupção é um problema generalizado em Portugal. Como aqui foi dito, este é um problema de tal forma fundo que atualmente o encaramos com alguma condescendência”, começa por discursar André Ventura, deixando o apelo: “Acho que este partido deve ter a capacidade de não condescender na corrupção.”
Dedicadas ao tema “Corrupção: Prevenção e dissuasão”, Ventura realça que “Portugal tem hoje uma série de pessoas que chegaram a Lisboa sem nada e saíram misteriosamente ricas, ao fim de poucos anos. Isto é dito à boca fechada, pelos corredores do poder e fora dos corredores do poder, sem que ninguém se preocupe ou ache que pode fazer nada.”
Nesta senda, o líder do CHEGA ressalva que “muitos destes que enriqueceram são alguns dos que hoje são louvados como pais da democracia, do regime e de figuras importantes da nossa República. Porque é que eu disse o que disse nos 100 anos de Mário Soares? Não por ser agradável, principalmente com familiares presentes. Ninguém gosta e custa.”
“Mas se vens fazer um serviço público e chegas com 100, não podes sair com um milhão, sem que ninguém compreenda de onde é que veio essa diferença entre os 100 e um milhão”, arremata.
À chegada, antes do arranque do último dia das jornadas parlamentares do partido que contou com a presença de Pedro Santana Lopes, atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, André Ventura desafiou Luís Montenegro a afastar Luís Albuquerque, face ao chumbo do Orçamento regional.
“Luís Montenegro é o principal responsável disto, porque é a ele que caberia dizer a Miguel Albuquerque que não vai ser candidato. Se Miguel Albuquerque fosse do CHEGA, eu já lhe teria dito ‘podes ser candidato, mas não será pelo CHEGA, com certeza, será por outro partido qualquer’”, disse Ventura.
“Acho que se Miguel Albuquerque não percebe que já não tem condições nem internas nem externas de continuar a liderar o Governo Regional da Madeira é porque ele coloca os seus interesses antes dos interesses da Madeira”, afirmou. André Ventura considerou que “o tempo de Miguel Albuquerque se esgotou” e se ele “não compreende” isso, “está a prestar um péssimo serviço à democracia”.