Greve de trabalhadores do lixo de Lisboa a 26 e 27 de dezembro

Os trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa vão estar em greve nos dias 26 e 27 e em greve ao trabalho extraordinário entre dia de Natal e a véspera de Ano Novo, divulgou o Sindicato dos Trabalhadores do Município.

© D.R.

De acordo com o sindicato, já no dia de Ano Novo a paralisação irá decorrer apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22:00 de dia 01 e as 06:00 de dia 02.

Numa nota divulgada no ‘site’, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) justifica a greve com “as não respostas do executivo” da autarquia, liderada pelo social-democrata Carlos Moedas, aos problemas que afetam o setor da Higiene Urbana.

“Aos compromissos assumidos e não cumpridos, somam-se as opções políticas deste executivo que permitiram abrir portas ao setor privado para a realização de determinadas funções associadas ao serviço público de higiene urbana, em todas as dimensões inaceitável”, salienta o sindicato.

Acusando a Câmara de Lisboa de ser incapaz de organizar os trabalhadores que tem à sua disposição e de “não responder aos reais problemas que se vivem na limpeza urbana”, o sindicato reivindica o “cumprimento e respeito pelo acordo celebrado em junho de 2023” em relação a várias questões, nomeadamente a realização de obras e intervenções nas instalações e a abertura de espaços de toma de refeições para os funcionários.

O sindicato enumera ainda outras exigências dos trabalhadores, como o “respeito pelo direito à conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar”, o fim dos “castigos informais que se continuam a verificar” e a necessidade de uma distribuição equitativa do trabalho suplementar, que deve ser realizado por todos os trabalhadores disponíveis, entre outras matérias.

Na nota, o STML recorda que em maio entregou um “memorando reivindicativo” ao município, que incluía matérias como a atualização do suplemento de insalubridade e penosidade e o reconhecimento das profissões de desgaste rápido, aguardando ainda uma resposta.

A necessidade de um “urgente investimento público” no setor é também destacada pelo sindicato, que indica que “45,2% das viaturas essenciais à remoção encontram-se inoperacionais” e que “22,6% da força de trabalho está diminuída fisicamente ou de baixa por acidentes de trabalho”.

“Todas as semanas, inúmeros circuitos ficam por fazer. E culpam-se os trabalhadores por esta realidade? Como é hábito dizer, ‘sem ovos não é possível fazer omeletes'”, salienta o STML, avisando que a luta dos trabalhadores da Higiene Urbana pode não terminar nesta época do Natal e que cabe em exclusivo ao executivo municipal avaliar as opções e soluções para os vários problemas.

Em 27 de novembro, o presidente do STML fez uma intervenção na reunião pública da Câmara de Lisboa, criticando a “falta de respostas e soluções” do município quanto às condições de trabalho em várias instalações municipais e às reivindicações para revisão de horários e aumento de salários.

Em resposta, o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), enalteceu o diálogo social e afirmou que, nestes três anos, houve muitas reivindicações dos sindicatos que foram acolhidas, inclusive sobre o suplemento de insalubridade e penosidade e o pagamento das quotas para as ordens profissionais dos técnicos superiores da câmara em regime de exclusividade.

Salientando que o município tem um plano ambicioso de contratação de recursos humanos, Anacoreta Correia reconheceu, contudo, que ainda há muito para trabalhar na melhoria das condições de trabalho e revisão de horários.

Últimas de Economia

A intensidade energética da economia situou-se em 3,7 MJ/euro em 2023, traduzindo uma redução de 6,4% face a 2022, o resultado mais baixo da série disponível, anunciou hoje o Instituto Nacional e Estatística (INE).
O escândalo da privatização da TAP volta a rebentar: o Ministério Público constituiu quatro arguidos por suspeitas de que a companhia aérea foi comprada… com o próprio dinheiro da TAP. A operação 'Voo TP789' desencadeou 25 buscas explosivas e está a abalar o setor da aviação nacional.
A taxa de inflação homóloga fixou-se, em outubro, nos 2,1% na zona euro, confirmou hoje o Eurostat, indicando que na União Europeia (UE) foi de 2,5%, com Portugal a apresentar a sexta menor (2,0%).
A Polícia Judiciária realizou hoje várias buscas no âmbito da privatização da TAP em 2015.
O Conselho Económico e Social (CES) considera "insuficiente o grau de clareza" das transferências internas da Segurança Social e recomenda que a Conta Geral do Estado (CGE) "passe a incluir dados detalhados" sobre a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O Banco Central Europeu (BCE) considerou que dez bancos importantes da zona euro tinham em 2025 provisões insuficientes para cobrir os riscos de exposições a crédito malparado, menos oito bancos que na revisão supervisora de 2024.
A Comissão Europeia decidiu hoje impor limites a importações de produtos de ligas de ferro (ferroligas) pela União Europeia (UE), como medida de proteção desta indústria.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) exigiu hoje o reforço urgente da segurança, após recentes disparos contra serviços de finanças da Grande Lisboa, durante a madrugada, e alertou para o agravamento do clima de segurança nos trabalhadores.
O Ministério Público realizou buscas de grande escala na TAP para investigar suspeitas de corrupção e burla na privatização feita em 2015. O caso, reaberto com novos indícios da Inspeção-Geral de Finanças, ameaça reacender uma das maiores polémicas da empresa.
Nos primeiros nove meses do ano, foram comunicados ao Ministério do Trabalho 414 despedimentos coletivos, mais 60 face aos 354 registados em igual período de 2024, segundo os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).