PS e Chega ‘chumbam’ nomeação de Ricardo Reis para vice-presidente da AMT

A nomeação de Ricardo Reis para vice-presidente do regulador dos transportes foi chumbada hoje no parlamento, com o PS e o CHEGA a considerarem que não reúne as condições necessárias para as funções.

© D.R.

“É entendimento da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, que o doutor Ricardo Reis não reúne as condições para o exercício do cargo para que se encontra indigitado”, concluiu o relatório, que foi aprovado com os votos a favor do PS e do CHEGA e o voto contra do PSD.

Esta formulação foi proposta após ter sido apontada a falta de clareza do sentido de voto do relatório elaborado pela deputada Sandra Ribeiro, do CHEGA.

O parlamento ‘chumbou’ assim a nomeação de Ricardo Reis, diretor do Centro de Estudos Aplicados (CEA) e do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa, para o Conselho de Administração do regulador dos transportes, algo pouco comum, mas não inédito, como aconteceu em 2015 com a nomeação de Luís Ribeiro para presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

Apesar deste parecer negativo dos deputados, o Governo pode aprovar a nomeação de Ricardo Reis em Conselho de Ministros.

O relatório discutido hoje, a que a Lusa teve acesso, refere que “não obstante a apreciação da CRESAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública], que avaliou o perfil académico e a experiência profissional do candidato indigitado para o cargo a desempenhar, ter concluído com a emissão de um parecer de adequado para o desempenho das funções de vice-presidente do Conselho de Administração da AMT — Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, não existem razões suficientes para concluir que tenha as ‘skills’ [competências] profissionais adequadas”.

O CHEGA tinha pedido o adiamento da votação do relatório da audição parlamentar de Ricardo Reis, cuja discussão estava prevista para a semana passada, com o partido a alegar que o documento que tinha sido entregue continha erros.

“Chegámos à conclusão que vamos pedir o adiamento [da apreciação do relatório] e vamos alterar substancialmente”, anunciou então o deputado Filipe Melo, do CHEGA, na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, causando uma discussão acesa, com várias defesas da honra.

Na audição, em 04 de dezembro, o CHEGA tinha anunciado que não viabilizaria a escolha do Governo para vogal do Conselho de Administração da AMT.

No relatório apreciado hoje, a relatora aponta que “o candidato indigitado apresenta um curriculum académico consistente e de valor, que apesar dos considerandos que de seguida se apontam, não tende a ajustar-se às atividades prosseguidas pela AMT, tendo em conta a missão desta entidade”.

A relatora entende ainda que “existem dúvidas sobre a isenção do candidato indigitado, como diretor da CESOP da UCP, perante as várias evidências de favorecimento à AD [Aliança Democrática] e ao atual Governo” – alegações que o candidato rejeitou na sua audição – e refere também que “não se compreende que só a 03 de dezembro o Ministério das Infraestruturas e Habitação tenha enviado uma correção ao seu currículo, onde se procura explicitar a sua experiência na área dos transportes”.

“Pelo exposto, é entendimento do relator abster-se de dar opinião neste relatório deixando o seu sentido de voto para a análise e discussão que ocorrerá na Comissão” parlamentar, lê-se também no documento.

Na reunião de hoje, a comissão aprovou ainda a nomeação de Carina Oliveira para vogal do Conselho de Administração da AMT e de Pedro Pisco dos Santos, para vogal do Conselho de Administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que, se for eleito Presidente da República, admite vir a decretar estados de exceção para "dar poder extraordinário" à polícia e outras autoridades para combater o crime.
O presidente do CHEGA pediu ao Governo que faça cedências nalguns pontos, como o trabalho por turnos, para se aprovar uma nova legislação laboral, reiterando a sua disponibilidade para um acordo nesta matéria.
Os partidos entregaram 2.176 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), num novo recorde, de acordo com a informação disponível no 'site' da Assembleia da República.
O CHEGA entregou esta sexta-feira, 7 de novembro, mais de 600 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no último dia do prazo definido pelo Parlamento, que coincidiu com o encerramento das audições na especialidade.
O partido liderado por André Ventura quer acabar com as portagens nas autoestradas para aliviar os custos das famílias e empresas, mas o ministro das Finanças rejeita a medida, defendendo que o princípio “utilizador-pagador” deve manter-se para proteger as contas públicas.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende reduzir e uniformizar a taxa de IVA aplicada ao setor da hotelaria e restauração, fixando-a em 13% para todos os serviços, incluindo bebidas alcoólicas e refrigerantes.
O CHEGA passou a integrar o executivo da Câmara Municipal de Sintra, na sequência de um acordo político que o presidente da autarquia, Marco Almeida, considera ser “um sinal de respeito pela vontade democrática dos sintrenses”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, revelou ter investido 637.239,59 euros na construção da sua habitação em Espinho, entre 2016 e 2021. Este montante não inclui os 100 mil euros aplicados em 2015 na compra do terreno onde o imóvel viria a ser edificado.
O prazo de entrega para propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) termina hoje, dia que marca também o final das audições na especialidade no parlamento.
A Câmara aprovou a nomeação de Rui Emanuel Moreira da Rocha para o conselho de administração dos SMAS, por proposta do presidente socialista Fernando Ferreira.