Presidente do México promete acordo com Trump sobre designação de cartéis como terroristas

A presidente do México Claudia Sheinbaum prometeu segunda-feira que chegará a acordo com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, perante a intenção do republicano de designar os cartéis mexicanos do narcotráfico como terroristas.

© LUSA/SASHENKA GUTIERREZ

“O que penso para além da forma como o Presidente Trump se expressa? Acredito que haverá um acordo sobre todas as questões com os Estados Unidos, um acordo no domínio da migração, no domínio da colaboração e cooperação em questões de segurança e também acordos no acordo comercial”, frisou a governante, durante a sua conferência de imprensa diária.

A chefe de Estado mexicana abordou as declarações de Trump, que este domingo garantiu que “todos os membros de gangues estrangeiros serão expulsos e designará imediatamente os cartéis como organizações terroristas estrangeiras”, durante um fórum da associação ultraconservadora Turning Point em Phoenix, Arizona.

O republicano, que já governou o país entre 2017 e 2021, voltou a acusar outros países de enviarem os seus “traficantes de droga” para os Estados Unidos e afirmou que “toda esta rede criminosa que opera em solo americano será desmantelada, deportada e destruída.

Claudia Sheinbaum destacou que Trump “fala em definir os cartéis como terrorismo, mas nunca fala da intervenção do México”.

E elogiou ainda o facto de o próximo presidente norte-americano a ter chamado uma mulher “adorável e maravilhosa”.

Sheinbaum e Trump mantiveram conversações em novembro, depois da vitória eleitoral do republicano e depois do norte-americano ter ameaçado com tarifas de 25% ao México e ao Canadá, caso os seus governos não impeçam a chegada de migrantes e de drogas aos Estados Unidos, especialmente o fentanil.

A presidente realçou que ainda não tiveram outra comunicação direta e que a sua equipa aguarda que o Senado dos Estados Unidos ratifique as nomeações de Trump para a realização de reuniões.

“Vamos manter a comunicação, uma relação com o Governo Trump, com o Presidente Trump, e veremos oportunamente como estão reunidas as condições para podermos chegar a diferentes acordos”, sublinhou.

A governante criticou ainda os políticos da oposição mexicana que aplaudiram a intenção de serem utilizadas tropas norte-americanas para combater os cartéis.

Já o Presidente do Equador Daniel Noboa garantiu hoje que está feliz com a decisão de Trump de declarar os cartéis do narcotráfico como organizações terroristas estrangeiras.

Em entrevista à rádio Democracia, Noboa sublinhou que o crime transnacional precisa de uma resposta transnacional e comentou que por isso tem falado com o Governo dos EUA, com a União Europeia, com o Japão, a Coreia, o Brasil e a Argentina.

Últimas de Política Internacional

O Governo francês de François Bayrou superou hoje uma moção de censura, com os votos favoráveis de três partidos de esquerda da coligação Nova Frente Popular (NFP), sem o apoio do Partido Socialista (PS).
O candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane disse hoje, no Facebook, que sexta-feira vai apresentar medidas governativas para os primeiros 100 dias do seu alegado mandato, pois é o "Presidente eleito pelo povo".
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, assegurou hoje que o Acordo de Parceria Estratégica Global que Moscovo vai assinar na sexta-feira com o Irão não é dirigido contra nenhum país, referindo-se aos Estados Unidos.
O Conselho da União Europeia (UE) prolongou hoje até 20 de janeiro do próximo ano as restrições contra "os que apoiam, facilitam ou permitem ações violentas" por parte do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana.
A Rússia e o Irão vão assinar um acordo de parceria estratégica na sexta-feira, durante uma visita à Rússia do Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, anunciou hoje o Kremlin.
A Rússia considerou hoje prematuro falar sobre um local para um encontro entre o líder russo, Vladimir Putin, e o próximo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a resolução do conflito na Ucrânia.
O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) aprovou hoje um programa eleitoral que inclui promessas de encerrar fronteira, "remigração" de imigrantes, a saída do euro e a reintrodução do serviço militar obrigatório.
O primeiro-ministro de Israel manteve hoje uma conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos sobre as negociações para um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos restantes reféns israelitas detidos no enclave palestiniano.
O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, voltou a atacar os líderes do estado da Califórnia, afirmando que há incompetência no combate aos fogos que assolam a zona de Los Angeles.
Os líderes do G7 denunciaram "a falta de legitimidade democrática da alegada investidura de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela", numa declaração emitida pelo Departamento de Estado norte-americano.