Líder dos talibãs no Afeganistão rejeita ameaças do Tribunal Penal Internacional

O líder supremo dos talibãs afirmou que o Afeganistão não se deixará intimidar por ameaças, depois de o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) ter solicitado mandados de captura contra ele e outro dirigente talibã.

© D.R.

“Quem são eles? Ocidentais ou orientais, devemos acreditar neles e não acreditar nas promessas de Deus? E deixarmo-nos afetar pelas suas ameaças?”, disse Hibatullah Akhundzada numa cerimónia numa escola corânica, segundo uma gravação áudio divulgada aos jornalistas na segunda-feira.

Contactado pela agência francesa AFP, Mahmoud Azzam, porta-voz da província de Kandahar (sul), onde vive o emir, confirmou a autenticidade da gravação.

O procurador do TPI, Karim Khan, anunciou na quinta-feira que ia pedir mandados de captura para Hibatullah Akhundzada e para o presidente do Supremo Tribunal, Abdul Hakim Haqqani, por perseguição de mulheres, um crime contra a humanidade.

Os talibãs denunciaram uma decisão baseada em “motivos políticos”.

Os talibãs são “muçulmanos que defendem o que é correto e não podem ser prejudicados por ninguém, nem pelo Ocidente nem pelo Oriente”, disse Akhundzada.

Os juízes do TPI, com sede em Haia, têm de examinar o pedido do procurador antes de decidirem se emitem ou não mandados de captura, um processo que pode demorar semanas ou mesmo meses.

O TPI não tem a uma força policial própria e depende da cooperação dos 125 Estados-membros para executar os mandados de captura.

Os talibãs regressaram ao poder em 2021, depois de derrotarem as autoridades apoiadas pela comunidade internacional e da retirada das tropas aliadas dos Estados Unidos, que tinham derrubado o seu regime 20 anos antes.

Desde então, as autoridades talibãs promulgaram uma série de leis inspiradas numa visão extremamente rigorosa do Islão que excluíram progressivamente as mulheres da vida pública.

O Afeganistão é o único país do mundo que proíbe as raparigas de estudarem para além da escola primária.

As mulheres afegãs também já não podem frequentar parques ou pavilhões desportivos e dificilmente podem sair de casa sem um acompanhante.

As Nações Unidas consideram tratar-se de uma situação de “‘apartheid’ de género”.

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