Suspender casos “não pode dar ideia” de que crimes ambientais compensam

A Procuradoria-Geral da República (PGR) alerta, na estratégia do Ministério Público (MP) para combater crimes ambientais e urbanísticos, que a suspensão provisória do processo "não pode projetar a ideia" de que "é compensador prevaricar" nestas matérias.

© DR

A suspensão provisória do processo é um mecanismo que, por proposta do MP e mediante o cumprimento de certas obrigações pelos arguidos, permite que estes, embora assumindo a sua culpa, tenham o inquérito contra si arquivado sem necessidade de irem a julgamento.

“A aplicação da Suspensão Provisória do Processo ou de formas de processo penal especial não pode projetar a ideia, no caso concreto, de que é compensador prevaricar em matéria de ambiente e urbanismo”, refere a PGR no “Quadro de Referência Estratégica do MP para o Ambiente e Urbanismo 2025-2026”, hoje divulgado.

Caso aqueles instrumentos sejam aplicados, o organismo liderado por Amadeu Guerra recomenda que, ao definirem as injunções (obrigações a que o arguido fica sujeito), os procuradores considerem o seu “valor pecuniário proporcional e dissuasivo” e ponderem a viabilidade de estas “poderem coincidir com o cumprimento de obrigações impostas pela Administração [ambiental] em sede de reposição de legalidade”.

No documento, a PGR estabelece ainda, entre outras medidas, que a distribuição dos inquéritos referentes a ambiente, ordenamento do território, urbanismo e incêndio rural deve ser concentrada “numa mesma secção ou numa unidade funcional”.

Quanto aos fogos, o organismo reconhece também a “intenção de estabelecer um ponto de contacto permanente do MP na Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, I.P. (AGIF)”, para uma maior aproximação “à estratégia integrada de prevenção e combate” ao fenómeno.

“O presente documento é um quadro de referência. Significa que não diminui os poderes hierárquicos, antes os potencia, nem obstaculiza, antes promove, as iniciativas diversificadas dos dirigentes do MP, sempre melhor afeiçoadas às circunstâncias locais”, ressalva a PGR.

Últimas do País

Uma das mais urgentes prioridades para o CHEGA na Câmara Municipal do Porto é pressionar o Executivo de Pedro Duarte a tomar decisões sobre o MetroBus na Avenida da Boavista.
O Conselho das Finanças Públicas confirma o pior cenário: o Serviço Nacional de Saúde afundou as contas públicas em 2024, absorvendo 93% de todos os prejuízos das empresas do Estado.
Portugal está a gastar mais de 40 milhões de euros por ano com reclusos estrangeiros, as prisões estão sobrelotadas, as agressões a guardas aumentam e o sistema aproxima-se do limite.
O Instituto Nacional de Emergência Médica registou este ano 28 intoxicações por monóxido de carbono, mais 10 do que em todo o ano de 2024, e alertou, esta quinta-feira, para os riscos de braseiras, esquentadores e fogões em locais com pouca ventilação.
A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e 11 meses em 2027, um aumento de dois meses face ao valor estabelecido para 2026, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.
O número de pedidos para indemnizações por abusos sexuais na Igreja Católica aumentou para 93, disse hoje a coordenadora do Grupo VITA.
O Estado está a ser ultrapassado dentro da sua própria casa: cerca de 300 fogos públicos foram tomados ilegalmente e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) admite não ter mãos a medir. Lisboa lidera o caos, os despejos duplicam e a vigilância é impossível num património espalhado por 493 bairros.
O presidente da associação de médicos tarefeiros, que hoje se reuniu com o Ministério da Saúde, prevê entregar à tutela até ao final do ano as suas propostas para disciplinar a prestação de serviços nos hospitais públicos.
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) avalia os quase dois anos de expansão das Unidades Locais de Saúde (ULS) como “acidentados” num país onde as assimetrias criaram integração de cuidados “muito diferente nos vários locais”.
Elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto terminaram ao início desta manhã de realizar buscas a “várias residências dos Super Dragões no distrito do Porto, avançou fonte da PSP do Porto.