Câmara do Funchal acusada de desperdiçar investimento em habitação

Os vereadores da oposição na Câmara Municipal do Funchal acusaram esta quinta-feira o executivo PSD/CDS-PP de ter perdido 23 milhões de euros em investimentos habitacionais por "incompetência de gestão", sublinhando que isso resultou num "prejuízo irreparável para centenas de famílias".

©Facebook/camaramunicipaldofunchal

Após a reunião do executivo camarário, os vereadores sem pelouro da coligação Confiança, liderada pelo PS, indicaram que a autarquia não avançou com quatro de cinco projetos previstos num acordo assinado em 2020 com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), visando a construção e reabilitação de 202 fogos habitacionais com um financiamento superior a 28 milhões de euros.

“A autarquia não conseguiu avançar com quatro dos cinco projetos previstos no acordo, perdendo mais de 80% do financiamento assegurado”, refere a coligação Confiança em comunicado, adiantando que em causa está a construção de 51 fogos na Penha de França (5,77 milhões de euros), 71 fogos na Quinta das Freiras (10,29 milhões de euros) e 23 fogos no Bairro da Ponte (3,97 milhões de euros), além da reabilitação de cinco edifícios no centro do Funchal para criar 24 fogos habitacionais (3,4 milhões de euros).

“Esta é a maior demonstração de incompetência de uma gestão municipal que não tem obra própria e que nem sequer consegue aproveitar aquilo que já estava garantido”, afirma o vereador do PS Miguel Silva Gouveia, citado no comunicado, acrescentado que, assim, “os funchalenses perderam 169 fogos habitacionais”.

O vereador sublinha que o acordo com o IHRU, assinado pelo anterior executivo, sob a liderança da coligação Confiança, do qual foi presidente, resultou agora na perda de 23 milhões de euros.

“A Confiança irá questionar os intervenientes deste processo, pedindo responsabilidades não só ao IHRU, mas também à CMF (Câmara Municipal do Funchal), lamentando que a incapacidade do PSD em executar políticas públicas prejudique diretamente os funchalenses, especialmente num momento em que a crise habitacional se agrava”, refere a nota.

No final da reunião, o executivo camarário, presidido por Cristina Pedra, reagiu às críticas da oposição, afirmando que a anterior vereação “deixou uma mão cheia de nada”.

Em comunicado, a autarca esclareceu que, quando o atual executivo PSD/CDS-PP assumiu funções, em 2021, os projetos existentes “violavam o Plano Diretor Municipal” aprovado em 2018 pelo anterior presidente, Miguel Silva Gouveia.

Além disso, afirmou que “não havia qualquer financiamento aprovado” com o IHRU, mas apenas um “protocolo que poderia vir a garantir financiamento no futuro”.

“Mesmo com o protocolo assinado, nunca teriam financiamento, porque um dos pressupostos era a legalização dos terrenos. Foi, de facto, neste mandato que tivemos de expropriar e legalizar imóveis em nome da Câmara e, portanto, mesmo que quisessem ter financiamento, não lhes poderia ser aprovado porque o trabalho de legalização não estava feito.”, explicou Cristina Pedra.

A autarca reforçou que a construção das habitações só pode começar após a aprovação do IHRU, o que ainda não aconteceu, exceto num projeto para 33 fogos, que, conforme indicou, serão entregues brevemente aos inquilinos.

Cristina Pedra disse ainda que o orçamento municipal prevê a construção de 180 novos fogos habitacionais, um compromisso que “será cumprido”.

Na reunião de hoje, entre outras deliberações, foram aprovados apoios sociais no valor de 200 mil euros, nomeadamente no âmbito do Programa de Apoio à Natalidade e à Família (13.311 euros) e do Subsídio Municipal ao Arrendamento (186.733 euros).

O executivo da Câmara Municipal do Funchal é composto por seis elementos da coligação PSD/CDS-PP e cinco sem pelouro da coligação Confiança, liderada pelo Partido Socialista.

Últimas do País

O Tribunal de Almodôvar decretou hoje a prisão preventiva do homem suspeito de ter ateado cinco focos de incêndio junto à Estrada Nacional 2 (EN2), entre Castro Verde e Aljustrel, distrito de Beja, revelou fonte policial.
O Ministério Público (MP) acusou 15 arguidos de tráfico de estupefacientes no Bairro do Lagarteiro, no Porto, e em Espinho, foi hoje divulgado.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates considerou hoje que um “lapso de escrita” que em 2024 reavivou o processo Operação Marquês, que “estava morto”, foi a “gota de água” que levou à apresentação de uma queixa contra o Estado português.
A Unicef Portugal e outras quatro instituições, unidas numa "Aliança pela Prevenção", apelam hoje ao Governo para que crie um "novo paradigma de tolerância zero para com a violência na infância" e tome medidas para combater o problema.
Quase 80% dos utentes inquiridos num estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelaram um conhecimento inadequado ou problemático dos seus direitos no acesso aos cuidados de saúde.
Cerca de um terço das estações meteorológicas de Portugal continental ultrapassaram ou igualaram, no fim de semana, os seus anteriores máximos históricos de temperatura máxima para o mês de junho, segundo o IPMA.
O IRN e o Ministério da Justiça acrescentam que para "tornar mais eficiente a tramitação dos processos, o balcão do Arquivo Central do Porto encerrará, temporariamente, o atendimento presencial, para poder dedicar os seus recursos aos pedidos recebidos por correio e canal 'online'".
As matrículas dos alunos que em setembro vão para o 5.º ano de escolaridade começam hoje e os encarregados de educação devem fazê-lo até ao dia 11 de julho.
O envolvimento da Força Aérea no transporte de emergência médica mantém-se a partir de terça-feira, apesar de já ter sido concedido o visto ao contrato entre o INEM e a empresa Gulf Med, a quem foi adjudicado o serviço.
O fenómeno é particularmente visível no Algarve e na Grande Lisboa, onde há concelhos em que os partos de mães estrangeiras já ultrapassam, e de forma clara, os de mães portuguesas.