Crianças em acolhimento terão terapeuta e escola próxima garantidos por lei

As crianças e jovens no sistema de acolhimento, seja instituição ou família, terão direito a um terapeuta de referência e garantia de frequentar a escola mais próxima da residência, entre outros direitos, segundo a alteração à lei de proteção.

© D.R

As alterações à Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo foram publicadas hoje em Diário da República e entram em vigor na terça-feira, possibilitando que familiares e pessoas candidatas à adoção possam ser famílias de acolhimento e reforçando os direitos das crianças e jovens em acolhimento.

Relativamente aos direitos destas crianças e jovens, fica definido que os menores têm direito a um terapeuta de referência garantido pelo Ministério de Saúde, e que lhes é garantida a frequência da creche e/ou escola mais próxima da residência de acolhimento.

É “assegurado um ambiente livre de discriminação, maus-tratos, violência ou qualquer tipo de exploração, com a garantia de canais acessíveis, independentes e eficazes para denúncias e acompanhamento” e que estas crianças têm direito a “diferenciação positiva em todas as medidas públicas que lhes sejam aplicáveis”.

“Em relação aos jovens que frequentem o ensino superior com aproveitamento, direito a uma bolsa mensal que lhes é atribuída pelo ISS, IP, no valor correspondente à propina, aos valores e gastos com materiais e equipamentos imprescindíveis à frequência do curso e transporte, bem como alojamento, caso necessário, devendo a casa de acolhimento garantir as despesas devidas à sua subsistência”, lê-se na lei.

Por outro lado, fica definido que as crianças e jovens têm direito a manter contacto com a família de acolhimento após o fim da medida, caso isso corresponda ao superior interesse da criança.

É igualmente instituído que o Conselho Nacional Consultivo dos Jovens Acolhidos deve ser ouvido anualmente pela Assembleia da República sobre a implementação do atual regime.

Com as alterações hoje publicadas, as famílias e pessoas candidatas à adoção podem também ser família de acolhimento, uma mudança aprovada em 14 de março por todos os partidos no parlamento.

Desta forma, a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo é alterada para que o acolhimento familiar seja assumido “como medida preferencial nas situações em que seja necessário o acolhimento”.

Por outro lado, revoga “a impossibilidade de haver grau de parentesco e candidatura à adoção para os critérios de elegibilidade a família de acolhimento”.

Quer isto dizer que tanto familiares da criança ou jovem que precisa ser retirado à família biológica, como as pessoas ou agregados que são famílias de acolhimento, poderão candidatar-se a adotar a criança ou jovem que acolham.

Até agora, a atual legislação não permitia que as famílias de acolhimento pudessem adotar a criança que acolhiam pelo entendimento de que isso poderia ser visto como uma forma de contornar as listas de espera na candidatura à adoção.

Últimas do País

Um novo foco de gripe das aves foi detetado no Ramalhal, em Torres Vedras, numa capoeira doméstica com gansos, patos, galinhas pintadas e codornizes, anunciou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas efetivas de prisão para o ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, e mais quatro arguidos do processo Ajuste Secreto.
O Ministério Público (MP) acusou o dono de um stand automóvel de Vila do Conde num processo de fraude fiscal que terá lesado o Estado em mais de 1,6 milhões de euros.
Pelo menos 24 mulheres foram assassinadas em Portugal este ano até 15 de novembro, das quais 21 como resultado de violência de género (femicídio), segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
Mais de 800 idosos continuam internados nos hospitais sem qualquer motivo clínico, apenas porque o Estado não lhes garante vaga em lares.
Um sismo de magnitude 2,0 na escala de Richter foi sentido hoje na ilha de São Miguel, nos Açores, informou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Onze escolas já formam bombeiros profissionais em três anos, mas a Liga dos Bombeiros alerta: o Governo está a criar expectativas que não pode cumprir enquanto continuar sem aprovar o Estatuto do Bombeiro Profissional. Jovens terminam o 12.º ano qualificados, mas sem garantia de carreira.
Centenas de professores arriscam não receber o subsídio de deslocação devido a erros no cálculo das distâncias feitas pela plataforma oficial. Vários professores e diretores garantem que nem sequer conseguiram completar o processo, já que a plataforma não reconhece coordenadas GPS.
O presidente executivo da Fidelidade, seguradora da Carris, disse que o processo de atribuição de indemnizações às vítimas do acidente no elevador da Glória vai demorar, porque falta definir os valores envolvidos, mas garantiu que “ninguém fica desamparado”.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou, este ano, até dia 15 deste mês, 10.251 crimes relacionados com violência doméstica, que provocaram 13 mortes – 11 mulheres e dois homens –, indicou hoje a corporação num comunicado.