Programa de realidade virtual já ajudou quase 100 utentes após terem AVC

Um programa de realidade virtual ajudou 120 pacientes em 2024 do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, dos quais 80% sofreram um AVC, revelou o diretor do núcleo de Psicologia do centro, António Fantasia.

© D. R.

Através da aplicação “Bateria Sistémica de Lisboa” foram realizadas pelo menos 500 sessões para reabilitar as capacidades cognitivas dos utentes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), afirmou à Lusa António Fantasia, a propósito do Dia Nacional do doente com AVC que hoje se assinala.

O psicólogo explicou que o programa trabalha sobretudo a atenção, a memória e as funções executivas (habilidades que controlam e regulam os pensamentos, as emoções e as ações em conflitos ou distrações).

O diretor disse que a reabilitação é feita através da simulação imersiva de atividades diárias que o utente possa desempenhar, indicadas por um psicólogo ou por um avatar no programa, sendo que nesta versão o profissional também está presente.

“O programa simula tarefas diárias como vestir, escolher a roupa, tomar o pequeno-almoço, tomar banho, escovar os dentes”, enumerou o psicólogo.

De acordo com António Fantasia, o programa cria também atividades onde é possível sair de casa, ir à farmácia, conduzir um carro, ir ao museu, jogar golfe, entre outras e já foi usada por várias faixas etárias, desde uma criança de 12 anos a pessoas mais velhas, na casa dos 80 anos.

O paciente Paulo Pires utilizou o programa duas vezes e confirmou à Lusa que as atividades realizadas estimularam a sua memória, sobretudo a componente visual. Adiantou ainda que fez um bolo e que foi à mercearia comprar comida, sendo que tinha de fazer cálculos com o dinheiro que tinha disponível.

Os pacientes usam o programa através de óculos de realidade virtual ou numa televisão de grandes dimensões, usando um rato para controlar o ecrã.

As tarefas feitas através da realidade virtual permitem que o utente “se identifique com a realidade diária que vai encontrar, o que ajuda na adesão ao programa de reabilitação”, referiu António Fantasia.

Desta forma, na opinião do diretor, obtêm-se ganhos na realização das tarefas diárias destes doentes, reduzindo o custo financeiro de ter um profissional a acompanhá-lo nestas atividades.

Segundo o psicólogo, o programa ajuda a curar ao máximo as perdas a nível cognitivo.

“Nem sempre é possível recuperar de lesões deixadas por um AVC, mas sabemos que há uma melhoria através da reabilitação cognitiva”, explicou.

António Fantasia indicou ainda que a tecnologia é uma ferramenta complementar ao programa de reabilitação e que as sessões duram geralmente 30 a 45 minutos.

O criador da “Bateria Sistémica de Lisboa”, desenvolvida na Universidade Lusófona, Jorge Oliveira, adiantou que a aplicação já é usada noutras instituições, mas apenas no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (no município de Cascais) é utilizada por pacientes que sofreram um AVC.

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