CNE adverte Governo sobre reunião no Mercado do Bolhão

A CNE advertiu o Governo para se abster de atos que possam ser aproveitados para promoção eleitoral, na sequência de uma queixa do PS sobre a realização de um Conselho de Ministros no Mercado do Bolhão, no Porto.

© Facebook/Luís Montenegro

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) decidiu “advertir o Governo da República no sentido de que deve abster-se de praticar atos de governação que tenham potencialidade para serem aproveitados para efeitos de promoção eleitoral e, como tal, passíveis de violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade a que está sujeito por lei”.

A deliberação foi publicada em ata hoje divulgada no “site” da CNE, que analisou uma queixa do PS contra o Governo, sobre a realização de uma reunião do Conselho de Ministros no dia 02, no Mercado do Bolhão, no Porto, dia em que o Governo, demissionário, completava um ano em funções.

Para a CNE, a “ampla divulgação e cobertura mediática da reunião” associada à “mobilização de militantes pelo PPD/PSD, partido político que suporta maioritariamente aquele Governo, teve a potencialidade para gerar uma confusão nos cidadãos entre o exercício de funções públicas e um ato de promoção de uma qualquer candidatura”.

Tal confusão, considerou a CNE, tem a “virtualidade de influir na campanha para os deputados à Assembleia da República e deste modo interferir no processo de formação da vontade enquanto eleitores e, a final, na campanha eleitoral”, lê-se, no documento.

Últimas de Política Nacional

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) acusou hoje a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) de "ser intransigente" ao não aceitar um aumento superior ao salário mínimo para os trabalhadores das suas instituições.
Depois da pesada derrota nas legislativas, que levou Pedro Nuno Santos a demitir-se, a Comissão Nacional do PS reúne-se hoje para analisar os resultados e aprovar os calendários eleitorais, estando até agora na corrida à liderança José Luís Carneiro.
O presidente do CHEGA anunciou que vai propor no sábado à AD – coligação PSD/CDS e à Iniciativa Liberal uma plataforma de entendimento que sirva de base à revisão da Constituição, sem PS e outras forças de esquerda.
O partido CHEGA poderá estar prestes a alcançar um feito histórico nas próximas eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro: conquistar 21 câmaras municipais, abrindo uma nova fase de afirmação local da força liderada por André Ventura.
Contra todas as sondagens, o CHEGA foi o grande vencedor da noite eleitoral. De 50 passou para 58 deputados, surgindo como a segunda maior potência e ainda poderão ser mais…
O partido de André Ventura findou o bipartidarismo existente desde o 25 de Abril, ocupando o segundo lugar e prometendo uma postura firme de oposição, "sem tréguas".
O líder do CHEGA distanciou-se hoje de uma candidatura presidencial, dizendo que os portugueses lhe deram "um voto de confiança para ser primeiro-ministro", e indicou que confia na justiça quanto ao inquérito pelas críticas à comunidade cigana.
O politólogo Vicente Valentim considera que os resultados das eleições de domingo mostram que o CHEGA "está para ficar" e "na melhor posição possível" para crescer, mas considerou prematuro falar em migração de votos da esquerda.
O presidente do CHEGA, André Ventura, disse hoje, no final de uma audiência com o Presidente da República, que vai apresentar "um governo alternativo" e assegurou que o seu partido vai ser um "garante de estabilidade".
A Assembleia da República está a apontar 05 de junho como data provável para a primeira reunião, partindo da hipótese de o mapa oficial dos resultados ser publicado em 02 de junho em Diário da República.