Tratado do Alto Mar implementado em 23 de setembro

O enviado especial francês para a terceira Conferência do Oceano da ONU (UNOC3) anunciou hoje, último dia dos trabalhos, que o Tratado do Alto Mar, de proteção das águas internacionais, será implementado em 23 de setembro, em Nova Iorque.

© D.R

Também conhecido como Acordo sobre a Biodiversidade Marinha das Áreas Fora da Jurisdição Nacional (BBNJ na sigla em inglês), necessita, para entrar em vigor, da ratificação de 60 países para entrar em vigor. Hoje, 51 tinham ratificado o tratado, incluindo Portugal.

“Em 23 setembro de 2025 serão atingidas as 60 ratificações”, disse Olivier Poivre D’Arvor em conferência de imprensa na UNOC3, referindo que entrará em vigor 120 dias depois.

O Tratado do Alto Mar resultou de quase 20 anos de discussões e tem como objetivo a conservação e utilização sustentável da biodiversidade marinha. É um documento juridicamente vinculativo de proteção das águas internacionais, que estão fora da área de jurisdição nacional.

A proteção do alto mar foi um dos temas da UNOC3 com o Presidente francês, Emmanuel Macron, a estimar na segunda-feira, no arranque da conferência, que seriam atingidas 55 ratificações.

O enviado especial anunciou ainda que em 2027 haverá a primeira Conferência das Partes do Oceano – COP – como existe para o clima.

O enviado especial francês para a UNOC3 também destacou o aumento das intenções dos países em aumentarem as áreas marinhas protegidas (AMP).

Neste momento, há 8% de AMP e, destas, 2,7% tem proteção total ou elevada. Segundo Olivier Poivre D’Arvor, estas áreas vão aumentar para 11% (áreas marinhas protegidas nas zonas de jurisdição nacional).

O responsável sublinhou ainda a presença de 60 chefes de Estado e de Governo e as mais de 100 mil pessoas que passaram pela conferência, incluindo Organizações Não Governamentais e o setor privado.

A Conferência do Oceano, que decorreu junto ao porto de Nice, reuniu delegações de mais de 100 países e 40 agências internacionais.

A próxima UNOC será organizada pela Coreia do Sul e pelo Chile.

Últimas de Política Internacional

A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.
O Presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou hoje a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
A Comissão Europeia desembolsou hoje a oitava parcela do empréstimo de assistência macrofinanceira excecional (AMF), no valor de mil milhões de euros, de um total de 18,1 mil milhões de euros.
Peter Mandelson foi destituído do cargo de embaixador britânico nos Estados Unidos "com efeito imediato", na sequência de alegações sobre a sua relação com o abusador de menores norte-americano Jeffrey Epstein, comunicou hoje o Governo.
A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou hoje que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.
O primeiro-ministro polaco anunciou esta quarta-feira que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.
A França regista hoje protestos que se fizeram sentir principalmente nos transportes e autoestradas, com mais de 100 detenções, a maioria em Paris, num dia em que estava previsto um bloqueio total convocado contra as medidas do Governo.
Manifestantes nepaleses incendiaram esta terça-feira o Parlamento na capital Katmandu, após a demissão do primeiro-ministro na sequência de protestos que causaram 19 mortos, anunciou um porta-voz da assembleia.
O Parlamento Europeu (PE) validou hoje o acordo entre a União Europeia (UE) e o Brasil que permite o intercâmbio de dados pessoais e não pessoais para combater a criminalidade grave e o terrorismo.