Joaquim Barroca, fundador do antigo Grupo Lena e arguido na Operação Marquês, tentou proteger os seus bens ao vender, em 2017, uma casa de luxo à mulher por 148 mil euros. Apesar da venda, Barroca ficou com o direito de continuar a viver no imóvel para o resto da vida.
Segundo o Correio da Manhã (CM), que avança com a informação, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) descobriu o negócio e considerou que a venda foi feita para evitar que o banco usasse a casa para pagar parte de uma dívida de 200 milhões de euros do Grupo Lena.
Em 2021, a CGD avançou com um processo no Tribunal Cível de Leiria para anular a venda. Quatro anos depois, em dezembro de 2024, o tribunal deu razão à Caixa: decidiu que a venda foi inválida e ordenou a devolução da casa ao banco.
A casa, situada na Quinta da Sardinha, em Leiria, tem três pisos, nove divisões, piscina coberta, ginásio, campo de ténis e um pavilhão onde Barroca guardava cerca de 40 carros e motas da sua coleção pessoal, escreve o CM.
Barroca recorreu da decisão em junho de 2025 para o Tribunal da Relação de Coimbra, e o caso está agora à espera de decisão. Se o recurso for rejeitado, a CGD poderá vender a casa para recuperar parte do valor em dívida.
Entretanto, em 2020, o casal divorciou-se. No processo de partilha, Barroca entregou à ex-mulher outros imóveis. Por isso, a CGD abriu uma nova ação em tribunal, que acabou por ser junta ao processo principal.
O advogado de Joaquim Barroca não respondeu aos pedidos de comentário.