Nos últimos doze meses, Portugal assistiu ao encerramento sistemático de urgências hospitalares — pediatria, ginecologia e obstetrícia — em vários hospitais de norte a sul, com especial incidência na Grande Lisboa, Margem Sul e Centro do país.
Hospitais como o Garcia de Orta (Almada), Barreiro, Setúbal, Loures, Leiria, Caldas da Rainha ou Torres Vedras encerraram serviços em fins de semana, durante a noite e até em períodos festivos, obrigando grávidas, crianças e doentes urgentes a recorrer a linhas telefónicas, a longas transferências ou, simplesmente, a desesperar.
A saúde tornou-se um jogo de sorte: se precisar de cuidados, que não seja ao fim de semana; se for caso grave, que não seja longe dos grandes centros urbanos; se for mulher ou criança, prepare-se para ser “referenciado”.
Isto não representa apenas um colapso do SNS — representa o colapso da confiança no Estado.
É a normalização do inaceitável.
É o abandono silencioso de milhares de portugueses.
Fechar urgências não é apenas consequência de má gestão — é uma decisão política.
E quem toma essas decisões não pode continuar a governar como se nada estivesse a acontecer.
Priorizar a saúde é, acima de tudo, priorizar a vida.
CHEGA!