Portugal não é pobre. Portugal foi empobrecido por décadas de corrupção local, compadrio partidário e negócios escuros feitos nas costas do povo. Não são apenas os casos mediáticos de Lisboa ou dos ministérios — é nas câmaras, nas freguesias, nas associações e nas empresas municipais que está o verdadeiro bloqueio ao futuro do país.
Quem manda nas decisões locais, muitas vezes, não é o povo — são as famílias que há 20 ou 30 anos se revezam no poder, trocando cargos, influências e favores como se o país fosse um negócio de família. E quem levanta a voz? É silenciado, difamado ou afastado. Quantos portugueses viram projetos travados porque “não estavam no círculo certo”? Quantos jovens desistiram da política por perceberem que os lugares estavam todos marcados à nascença?
Esta corrupção não usa gravata cara nem aparece nas televisões. É a corrupção do favor, do emprego garantido, do contrato por ajuste direto, da obra pública que custa o triplo e nunca termina a tempo. É a corrupção do terreno camarário cedido a amigos. Do “manda o currículo que eu trato”. Do “se quiseres subir, tens de te calar”.
Muitos falam da Europa como exemplo. Mas há algo que precisamos de dizer sem medo: em França, onde nasci, um escândalo local dá cadeia. Em Portugal, dá uma promoção. E mais grave ainda: os fundos europeus, que deviam ser usados para modernizar o país, estão a ser engolidos por este polvo de interesses locais. Obras sem sentido, consultorias inúteis, formações fantasmas. Dinheiro europeu para enriquecer sempre os mesmos.
Transformaram Portugal numa pequena Venezuela do sul da Europa, onde reina o medo de falar, o medo de se expor, o medo de ir contra os donos disto tudo. E quando o povo tenta mudar? Chamam-lhe populista. Tentam calar quem grita “basta”. Mas os que se calam, esses sim, são cúmplices.
Hoje, temos municípios onde a democracia é só fachada. Onde as eleições servem para legitimar o domínio de sempre. Onde o mérito não conta e o talento é visto como ameaça. Gente sem ideias, mas com os amigos certos. E o povo? Fica com os restos, com as promessas, com os discursos feitos por agências de comunicação.
E é o povo quem paga a fatura. São os jovens que emigram. São os idosos abandonados em freguesias esquecidas. São os trabalhadores que ganham mal enquanto os amigos do regime acumulam cargos e benefícios. Portugal está a perder o seu melhor — porque quem quer trabalhar e fazer diferente não tem lugar à mesa do sistema.
É urgente abrir caminho a uma nova geração política — não a que vem dos mesmos partidos reciclados, mas a que nasce da coragem, da verdade e da vontade real de servir. O país precisa de gente que diga “não” aos compadrios, que se levante sem medo, que diga “estou aqui, com o povo e para o povo”.
Chega. Chega desta mentira instalada nos alicerces do país. Chega desta teia de interesses que bloqueia o progresso e destrói a esperança. Chega de aceitar que Portugal tem de ser isto — um país onde o destino de uma terra é decidido numa mesa de café por meia dúzia de influentes.
A mudança começa em cada freguesia, em cada câmara, em cada português que se recusa a baixar a cabeça. E começa também em quem tem coragem de denunciar o que todos sabem, mas poucos dizem.
Portugal não é dos partidos. É dos portugueses. E não há futuro para o país sem quebrar, de uma vez por todas, as amarras da corrupção local.
Porque enquanto uns constroem o país com trabalho, outros continuam a destruí-lo com esquemas.
Mas o tempo deles está a acabar. E nós estamos prontos para o que vem a seguir.
Com a força do povo. Com a coragem da verdade. Com o CHEGA.