“Não podemos colocar em risco os nossos socorristas. Não queremos que se tornem as próximas vítimas”, declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Myrra Daven, responsável pelas equipas de emergência desta região do centro do país.
O tufão Fung-wong deverá transformar-se num “supre-tufão” antes de atingir terra entre domingo e segunda-feira.
A tempestade atingirá as Filipinas apenas alguns dias após a passagem de Kalmaegi, que provocou pelo menos 204 mortos no arquipélago do Sudeste Asiático, onde 109 pessoas continuam desaparecidas, segundo dados oficiais.
Cebu regista cerca de 70% das vítimas.
Por volta das 11:00 locais (03:00 em Lisboa) de hoje, o Fung-wong avançava em direção oeste, rumo à ilha principal de Luzon, com ventos de 140 quilómetros por hora (km/h) e rajadas que chegavam aos 170 km/h.
“Além dos ventos fortes, podemos esperar chuvas intensas […] precipitações de 200 milímetros ou mais, capazes de causar inundações generalizadas, não apenas nas zonas de baixa altitude”, alertou o meteorologista filipino Benison Estareja durante uma conferência de imprensa.
O especialista avisou ainda que o tufão parece suficientemente extenso para cobrir “quase todo o país”.
Na província de Aurora, no norte, localizada na rota prevista do tufão, os socorristas faziam uma operação porta a porta para instar os moradores a procurarem refúgio em locais elevados, disse à AFP um deles, Elson Egargue.
Na ilha de Catanduanes, a leste, os residentes amarravam as suas casas ao solo com cordas “para que não fossem levadas pelo vento”, contou à AFP Roberto Monterola, responsável local pelas operações de socorro.
Segundo a base de dados especializada EM-DAT, Kalmaegi é, até agora, o tufão mais mortal do ano.
Todos os anos, cerca de 20 tempestades ou tufões atingem ou aproximam-se das Filipinas, sendo as regiões mais pobres geralmente as mais afetadas.
Segundo os cientistas, o aquecimento global provocado pela atividade humana torna os fenómenos meteorológicos extremos mais frequentes, mais letais e mais destrutivos.