A notícia foi avançada pela RTP que informa que o ‘stock’ de vacinas esgotou em várias ULS e que há mais de um mês é esperado reforço.
Em causa a vacina da gripe, de dose elevada, destinada a idosos a partir dos 85 anos.
Questionada pela Lusa, a Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) confirmou, via ‘email’, que “se verifica falta de vacinas contra a gripe de dose elevada, a nível nacional”, uma “dificuldade” que atribui “ao sucesso das ULS na sensibilização e mobilização das pessoas para o programa de vacinação, que se traduz em números muito superiores aos do ano anterior”.
“A DE-SNS confirma que, com o objetivo de ultrapassar esta questão, houve uma articulação entre as diferentes ULS na cedência de vacinas, em caso de haver algumas com quantidade excedente, para outras ULS que pudessem estar a sentir rutura de ‘stock’, mas atingiu-se o limite”, justifica.
Segundo a DE-SNS, “não há excedentes destas vacinas nas ULS”, o que levou a que estas tenham recebido orientações “para comprarem vacinas diretamente aos fornecedores”.
“De salientar que a responsabilidade pela definição das quantidades de vacinas a encomendar é da competência da Direção Geral de Saúde”, termina.
A agência Lusa contactou o Ministério da Saúde que remeteu esclarecimentos para a DGS que, por sua vez, também em resposta escrita responsabilizou as ULS.
“No que respeita à vacina contra a gripe de dose elevada, a aquisição é da responsabilidade das ULS sendo elegíveis todas as pessoas com 85 ou mais anos, residentes em ERPI [estrutura residencial para pessoas idosas] e instituições similares. É também às ULS que cabe assegurar e facilitar o acesso à vacinação de todas as pessoas elegíveis”, referiu a DGS.
Segundo este organismo, na campanha em curso as ULS solicitaram um número de doses superior ao do ano anterior, 357.764 doses, contra 349.390 adquiridas no último ano.
A DGS reforça que entre 23 de setembro de 2025 e 09 de novembro de 2025 foram administradas aproximadamente 300.000 doses de vacina da gripe de dose elevada.
“O planeamento da campanha segue o princípio de garantir equidade no acesso e na administração das doses, numa gestão eficiente, procurando reduzir-se o desperdício. Assim, sempre que necessário, as ULS procedem à cedência de doses entre si, garantindo uma gestão mais eficiente dos recursos, uma prática que tem sido habitual ao longo das várias campanhas. Se tal não for possível, as ULS procedem a uma aquisição pontual”, completou.