Vivemos tempos em que muitos portugueses sentem que o país anda à deriva. Há talento, há história, há recursos, mas falta aquilo que sempre nos distinguiu quando mais precisámos: confiança na nossa própria força. Esta é a discussão mais urgente de hoje. Não é apenas económica ou social. É identitária.
Portugal tornou-se um país onde quem trabalha sente que é penalizado, onde quem empreende se depara com burocracias absurdas e onde quem tenta criar futuro encontra portas fechadas. A consequência é visível. Jovens partem para o estrangeiro, famílias vivem apertadas e empresas perdem capacidade de competir. Mas há algo ainda mais profundo: perdemos a noção do que significa ser dono do nosso destino.
É aqui que entra o verdadeiro patriotismo. Não aquele de bandeira ocasional, mas o que exige coragem política para proteger a soberania, defender as nossas fronteiras, garantir segurança nas ruas, promover mérito e premiar quem se esforça. Patriotismo é colocar Portugal em primeiro lugar nas decisões do Estado. É reconhecer que não podemos continuar a ser espectadores da nossa própria história.
O país precisa de liderança que fale para os portugueses que constroem todos os dias. Os que pagam impostos, que trabalham nas empresas, nos hospitais, nas forças de segurança, nas escolas. Os que não aparecem nas estatísticas, mas sustentam o país real. Patriotismo é afirmar que estes portugueses não podem continuar esquecidos.
Também precisamos recuperar o orgulho nacional sem complexos. Portugal é mais do que crises e relatórios. Somos um povo que atravessou oceanos quando o mundo ainda discutia mapas. Um país capaz de feitos enormes quando acredita nas suas capacidades. Essa confiança tem de voltar ao centro das políticas públicas. A escola deve ensinar história com verdade, sem relativizações. A economia deve valorizar quem cria riqueza. A segurança deve ser prioridade, não assunto secundário. E o Estado deve servir o cidadão, não dificultar-lhe a vida.
O debate político atual não pode fugir disto: Portugal tem de voltar a ser um país que acredita em si mesmo. Isto começa com escolhas firmes, claras, orientadas para proteger o que é nosso e projetar o que podemos ser. Não basta gerir. É preciso transformar.
O futuro só será diferente se recuperarmos a voz, a identidade e a vontade de defender o que é nosso. Portugal merece essa ambição. E os portugueses também.