Wagner recebeu do Kremlin quase mil milhões de euros num ano

© Site Oficial da Federação Russa

O grupo Wagner recebeu quase mil milhões de euros de Moscovo num ano, segundo revelou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, três dias após uma rebelião armada abortada pelo líder dos mercenários.

“Entre maio de 2022 e maio de 2023, o Estado pagou 86,262 mil milhões de rublos (cerca de 922 milhões de euros à taxa atual) pelos pagamentos do grupo Wagner”, afirmou o Presidente russo durante um encontro com militares transmitido por uma oficial emissora russa.

Putin reconheceu que o Estado tinha “financiado integralmente” o grupo Wagner, realçando que a empresa Concord, do grupo de Yevgeny Prigozhin, tinha “ganhado ao mesmo tempo 80 mil milhões de rublos (cerca de 850 milhões de euros)”.

“Espero que durante estas operações ninguém tenha roubado nada ou, por assim dizer, roubado pouco”, continuou. “Claro que cuidaremos [da verificação] de tudo isso”, alertou.

Antes do conflito na Ucrânia, o Kremlin negou durante anos qualquer ligação com o grupo Wagner, que, além do Dombass, no leste da Ucrânia, tem atuado na guerra da Síria e em vários conflitos em África.

Além destas considerações, as autoridades russas anunciaram hoje que estavam a preparar a transferência do equipamento militar pesado do grupo Wagner para o exército russo, e os combatentes mercenários têm agora a opção de integrar as forças regulares ou viajar para a vizinha Bielorrússia, ou ainda “voltar para suas famílias”.

Após a fracassada rebelião de Yevgeny Prigozhin, cujo paradeiro permanece incerto e que desencadeou a pior crise da Rússia desde que Vladimir Putin chegou ao poder no final de 1999, o Kremlin parece determinado a amordaçar o grupo cujos homens lutaram ao lado do exército regular na frente ucraniana, tendo conquistado nomeadamente Bakhmut, na província de Donetsk (leste), à custa da mais longa batalha na Ucrânia e com uma elevada quantidade de perdas.

O líder do grupo paramilitar Wagner suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma “ameaça mortal” ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma “guerra civil”.

Ao fim do dia, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros da província de Moscovo, Prigojin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando “um número muito grande de vítimas”, acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

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