Rússia avisa que navios no Mar Negro são “potenciais transportadores de carga militar”

© D.R.

A Rússia alertou hoje que considerará a partir da noite de hoje todos os navios em passagem pelo Mar Negro com destino a portos ucranianos como possíveis transportadores de carga militar e, portanto, potenciais alvos de guerra.

“Em resultado do fim da Iniciativa [de Cereais] do Mar Negro e o encerramento do corredor humanitário marítimo, a partir das 21:00 GMT [22:00 em Lisboa] todos os navios em rota para portos ucranianos nas águas do Mar Negro serão considerados potenciais transportadores de carga militar”, declarou o Ministério da Defesa russo.

“Consequentemente, os países cujas bandeiras pertencem a esses navios serão considerados envolvidos no conflito na Ucrânia ao lado do regime de Kiev”, alertou o ministério em comunicado.

O ministério destacou ainda que várias áreas marítimas nas partes noroeste e sudeste das águas internacionais do Mar Negro foram temporariamente declaradas perigosas para a navegação.

A Rússia já emitiu avisos sobre a retirada das garantias de segurança marítima de acordo com os procedimentos de navegação estabelecidos.

Moscovo suspendeu na segunda-feira a sua participação no acordo de cereais que permitiu à Ucrânia exportar quase 33 milhões de toneladas de cereais de três portos do país em quase um ano de pacto.

As autoridades russas fizeram saber que só voltam ao protocolo se as suas condições forem atendidas, nomeadamente o comércio dos seus próprios produtos agrícolas, prejudicadas, segundo frisam, pelas sanções ocidentais.

As exigências da Rússia incluem também a reintegração do seu banco agrícola, Rosselkhozbank, no sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, o desbloqueio da logística de transportes e dos seguros, o descongelamento de ativos e a reabertura do oleoduto de amoníaco Togliatti-Odessa, que explodiu a 05 de junho.

Kiev está agora à procura de alternativas com a ONU e a Turquia, também promotores do acordo, para continuar a fornecer os seus cereais aos países necessitados e também para a segurança económica da própria Ucrânia, que pode voltar a ficar com os seus ‘stocks’ retidos.

O acordo pelo qual a Rússia se comprometeu a não prejudicar a segurança alimentar dos países mais necessitados, a não atacar os navios que transportavam cereais pelo Mar Negro ou as respetivas infraestruturas ucranianas, foi rescindido com a suspensão do entendimento por parte do Kremlin.

Nos últimos dois dias, a Rússia bombardeou o porto de Odessa e hoje também o de Chornomorsk, duas infraestruturas essenciais de onde partiam os carregamentos de cereais ucranianos para a Turquia, onde eram inspecionados, antes de seguirem para os seus destinos finais.

Últimas do Mundo

Um menino de dois anos foi esfaqueado mortalmente pelo irmão de seis anos na sua casa, em Joliet, no Estado de Illinois, a sudoeste de Chicago, anunciou hoje a polícia.
A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, cujo país preside ao G7 este ano, assegurou hoje ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a centralidade do apoio à Ucrânia no grupo das sete democracias mais poderosas.
A polícia da Indonésia anunciou a detenção de sete pessoas suspeitas de planearem um ataque ao papa durante a visita de Francisco ao país, que terminou na sexta-feira.
O pai do adolescente acusado de abrir fogo numa escola secundária no estado norte-americano da Geórgia (sudeste), e de matar quatro pessoas, foi acusado de permitir que o filho possuísse uma arma, disseram as autoridades.
Quase 1,6 milhões de venezuelanos receberam assistência da ONU, entre janeiro e julho de 2024, através de diferentes organizações locais e internacionais, segundo um relatório divulgado hoje pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
O Uruguai decidiu na segunda-feira juntar-se a seis países que pediram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar a alegada responsabilidade do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em crimes contra a humanidade.
O Governo da Nova Zelândia anunciou hoje um aumento de 285% na taxa de entrada de turistas a partir de outubro, um imposto destinado a ajudar a manter os serviços públicos e a preservar o património.
Mais de 25.500 pessoas chegaram às ilhas Canárias desde o início do ano de forma irregular, em embarcações precárias conhecidas como 'pateras', um aumento de 123% em relação a 2023, revelou hoje o Governo de Espanha.
O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, manifestou-se hoje “horrorizado” com a morte dos seis reféns que estavam em cativeiro na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 e pediu um cessar-fogo.
Três polícias israelitas, incluindo uma mulher, foram hoje mortos num “ataque armado” no sul da Cisjordânia ocupada, anunciou o comandante da polícia israelita neste território palestiniano onde o exército israelita conduz uma vasta operação “antiterrorista”.