170 mil em manifestação em Madrid contra amnistia de independentistas

A cidade de Madrid voltou hoje a ser o palco de uma manifestação contra a amnistia de independentistas catalães que mobilizou 170 mil pessoas, segundo número das autoridades de segurança.

© Facebook de Partido Popular

A manifestação foi convocada por uma plataforma de entidades da sociedade civil e contou com o apoio do Partido Popular (PP, direita) e do Vox (direita), a primeira e a terceira forças no parlamento de Espanha, respetivamente.

No domingo passado, manifestações convocadas pelo PP em 52 cidades mobilizaram dois milhões de pessoas, segundo o partido, e 450 mil, segundo as autoridades.

Além disso, tem havido manifestações diárias, à noite, em frente da sede nacional do partido socialista (PSOE, que lidera o governo de Espanha), em Madrid, convocadas nas redes sociais.

Estas manifestações, apoiadas pelo Vox, mas de que se demarca o PP, têm juntado entre 1.500 e 4.000 pessoas, dependendo dos dias, e já acabaram por diversas vezes com distúrbios e cargas policiais. Têm também ficado marcadas por símbolos, cânticos e gestos fascistas e da ditadura espanhola de Francisco Franco.

Os líderes do PP, Alberto Núñez Feijóo, e do Vox, Santiago Abascal, estiveram no protesto de hoje de Madrid, entre os manifestantes.

No palco em que foram feitas intervenções esteve o eurodeputado português do Partido Popular Europeu Paulo Rangel, além de personalidades espanholas como o filósofo Fernando Savater.

A direita espanhola considera que a amnistia de políticos catalães que protagonizaram a tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017 pode constituir um ataque ao estado de direito e ao princípio da separação de poderes, num alerta que também já fizeram associações de juízes e procuradores.

O PP e o Vox esperam, por isso, que haja uma intervenção da União Europeia e dirigentes do Partido Popular têm lembrado procedimentos de Bruxelas a países como Polónia, Roménia e Hungria por causa do estado de direito.

Para já, o Partido Popular Europeu pediu um debate sobre a situação do estado de direito em Espanha no Parlamento Europeu, que está agendado para a próxima semana.

Na semana passada, o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, pediu “informação detalhada” a Espanha sobre a amnistia, ainda antes de ser conhecida qualquer proposta de lei, com o argumento de que estava a gerar “sérias preocupações”.

O Governo espanhol assegurou que explicará à Comissão “todos os detalhes” da futura lei e enviou esta semana para Bruxelas a proposta entregue na segunda-feira no parlamento pelo PSOE, pedindo ainda uma reunião para explicar o documento aos responsáveis europeus.

A proposta de lei de amnistia foi entregue no parlamento na segunda-feira passada pelo PSOE e resulta de acordos com dois partidos catalães que em troca viabilizaram, na quinta-feira, um novo Governo de esquerda em Espanha, liderado por Pedro Sánchez, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho.

O dirigente do PP Esteban Gonzalez Pons disse esta semana que o partido espera “uma reação” de Bruxelas prévia à aprovação final da lei de amnistia “que impeça esta subversão da ordem constitucional” em Espanha, dentro de “mecanismos estabelecidos nos tratados e regulamentos europeus”.

No texto de “exposição de motivos” que acompanha a proposta de lei, o PSOE sublinha que a amnistia já foi considerada legal pelo Tribunal Constitucional espanhol em 1986 e que já foi aplicada em Espanha em 1976 e 1977.

O texto acrescenta que, além disso, é reconhecida e aplicada noutros países da UE e está também “perfeitamente homologada” nas instâncias europeias e pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

O PSOE defende que esta amnistia devolve um conflito político à esfera política e servirá para recuperar a convivência entre catalães e entre a Catalunha e o resto de Espanha depois da fratura de 2017.

Últimas do Mundo

Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, considera que se assiste nos últimos anos, sobretudo desde a chegada de Xi Jinping à presidência chinesa, a "uma certa vontade de acelerar o processo" de 'reunificação' de Macau à China.
O presidente eleito Donald Trump escolheu Russell Thurlow Vought, um dos 'arquitetos' do programa governamental ultraconservador Projeto 2025, para chefiar o Gabinete de Gestão e Orçamento do futuro Governo.
Os Estados-membros das Nações Unidas (ONU) adotaram hoje por consenso uma resolução que visa dar início a negociações formais para a criação de uma convenção sobre crimes contra a humanidade.
Pelo menos quatro pessoas morreram e 33 ficaram feridas num ataque, atribuído a Israel, que destruiu um edifício no centro de Beirute, noticiaram esta manhã os meios de comunicação do Líbano.
O Governo do Laos disse hoje estar "profundamente entristecido" pela morte de seis turistas ocidentais, alegadamente após terem bebido álcool adulterado com metanol em Vang Vieng, uma cidade do noroeste do país, popular entre mochileiros.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, reuniu-se com o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira em Palm Beach, Florida, anunciou este sábado a porta-voz da Aliança Atlântica.
O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu hoje que o uso de armas ocidentais pelas forças ucranianas para atingir o seu país transformou a guerra na Ucrânia num "conflito global" e admitiu atacar os aliados de Kiev envolvidos.
O Centro de Jornalistas do Afeganistão (AFJC, na sigla em inglês) acusou hoje o governo dos talibãs de ter imposto restrições graves aos meios de comunicação social no país através de decisões extralegais.
"Isabel dos Santos, filha do antigo presidente de Angola, abusou sistematicamente dos seus cargos em empresas estatais para desviar pelo menos 350 milhões de libras esterlinas (420 milhões de euros), privando Angola de recursos e financiamento para o tão necessário desenvolvimento", afirma o Governo britânico.
Um grupo de ação climático recomendou ao Governo do País de Gales de proibir a presença de cães em parques ou jardins, pois os imigrantes alegam sentir “estar em perigo” na presença destes animais.