Hungria diz que UE queria entregar fundos húngaros a Kiev

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou hoje a União Europeia (UE) de ter tencionado entregar os fundos da Hungria à Ucrânia, caso não tivesse chegado a um acordo com Budapeste durante a cimeira europeia de quinta-feira.

©Facebook de Viktor Orbán

“Sem o acordo, havia um perigo real de a União Europeia (UE) nos tirar o dinheiro e dá-lo à Ucrânia”, disse Orbán à estação de rádio pública húngara Kossuth.

Após meses de impasse, o líder ultranacionalista da Hungria levantou na quinta-feira o veto à ajuda financeira de 50 mil milhões de euros da UE à Ucrânia.

Para Orbán, o acordo de Bruxelas “foi um sucesso” para Budapeste, uma vez que recebeu garantias de que “não darão a outros” os fundos correspondentes à Hungria.

Em todo o caso, o Governo de Orbán continua a não receber de Bruxelas cerca de 12 mil milhões de euros de fundos comunitários, devido à recusa em garantir o Estado de direito na Hungria.

O primeiro-ministro húngaro é o principal aliado da Rússia do bloco europeu, com a qual mantém relações amistosas, apesar da invasão da Ucrânia.

Por outro lado, Orbán acusou hoje Bruxelas de viver “numa febre de guerra” e reiterou que a Hungria foi deixada sozinha “na defesa da paz”.

“Na discussão, tanto Bruxelas como nós temos instrumentos, mas é melhor chegar a um acordo do que discutir”, disse o primeiro-ministro, referindo-se aos contactos antes da cimeira sobre o apoio financeiro à Ucrânia.

Há vários anos que as relações entre a Hungria e a Ucrânia são tensas, com Kiev a acusar Budapeste de apoiar os interesses russos, enquanto Orbán se queixa de que os direitos das minorias étnicas, incluindo cerca de 150 mil magiares, não são respeitados no país vizinho.

A Comissão Europeia bloqueou o pagamento de cerca de 22 mil milhões de euros de fundos regionais à Hungria por incumprimento da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais, mas em dezembro de 2023 desbloqueou 10,2 mil milhões de euros após alterações legislativas em Budapeste.

Últimas de Política Internacional

A procuradoria-geral do Azerbaijão disse hoje que a Rússia prometeu identificar e punir os envolvidos na queda de um avião comercial do Azerbaijão na quarta-feira, que Baku acredita ter sido atingido por fogo russo.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que a Rússia se opõe a um possível envio de um contingente europeu de paz para a Ucrânia em caso de paz com Moscovo.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação do empresário do ramo da venda de automóveis John Arrigo como novo embaixador norte-americano em Portugal.
A presidente do México Claudia Sheinbaum prometeu segunda-feira que chegará a acordo com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, perante a intenção do republicano de designar os cartéis mexicanos do narcotráfico como terroristas.
A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Bielorrússia registou hoje o Presidente Alexander Lukashenko como candidato presidencial para as eleições de 26 de janeiro próximo, apresentando-se, assim, a um sétimo mandato, segundo a agência noticiosa bielorrussa BELTA.
O novo líder da Síria, Ahmad al-Charaa, garantiu hoje que o seu país deixará de exercer uma influência negativa no Líbano e respeitará a soberania do país vizinho.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse hoje que, “um dia”, a Ucrânia fará parte da União Europeia (UE), com o Presidente ucraniano a pedir-lhe “união com os Estados Unidos” no apoio contra a Rússia.
A Assembleia Legislativa (AL) de Macau aprovou hoje por unanimidade a alteração ao estatuto dos funcionários públicos, que pune com a demissão trabalhadores considerados desleais ao território e à China.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, perdeu hoje a votação da moção de confiança no Bundestag (parlamento), tal como previsto, abrindo caminho à dissolução parlamentar, que levará o país a eleições antecipadas em fevereiro.

O co-líder do partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, afirmou hoje que a Alemanha deve reconsiderar a sua manutenção na NATO se a aliança não defender os interesses dos países europeus, “incluindo os da Rússia”.