A missão da ASIA-AQ, uma investigação conjunta do Instituto de Investigação Ambiental (NIER) da Coreia do Sul e da NASA, vai usar aviões, satélites e locais em diferentes partes do continente, tendo já realizado quatro voos nas Filipinas e em Taiwan nas últimas semanas, noticiou a agência sul-coreana Yonhap.
“Esta campanha visa encontrar as causas da deterioração da qualidade do ar na península coreana durante o inverno”, disse o diretor-geral do departamento de investigação do clima e da qualidade do ar do NIER, Yoo Myung-soo, numa conferência de imprensa na base aérea de Osan, em Pyeongtaek.
“Os resultados da investigação conjunta serão também utilizados para melhorar a eficácia e a fiabilidade das políticas do país em matéria de ambiente atmosférico”, acrescentou.
A investigação conjunta, provisoriamente agendada para decorrer entre 19 e 26 deste mês, surge oito anos depois de a Coreia do Sul ter liderado a campanha KORUS-AQ com a NASA em 2016, que concluiu que 52% das partículas ultrafinas examinadas em Seul foram recolhidas na Coreia do Sul e 48% das partículas vieram do estrangeiro, incluindo 34% da China.
As principais diferenças entre a KORUS-AQ e a nova iniciativa são a época do ano da investigação, que passou da primavera para o inverno, e a mobilização do recém-lançado satélite GEMS, disse Barry Lefer, da NASA.
Em 2020, a Coreia do Sul lançou o primeiro satélite ambiental geoestacionário do mundo, ou GEMS, para rastrear os poluentes atmosféricos em toda a Ásia, a 36 mil quilómetros acima do solo.
A equipa de investigação vai usar também medições detalhadas no solo de 11 locais de investigação da qualidade do ar, incluindo Seul e as ilhas de Baengnyeong e Jeju, e recolher amostras aéreas da baixa atmosfera com um avião DC-8 da NASA, aparelho que voa a 609 metros de altitude.
“Isto significa que, a partir da Terra, podemos medir o que se respira, mas, a partir do espaço, podemos medir a acumulação de poluentes totais”, afirmou Jim Crawford, da NASA, que lidera o projeto ASIA-AQ.
A campanha destina-se também a verificar as medições GEMS, que registam a qualidade da atmosfera a partir do espaço e monitoriza a qualidade do ar na Ásia oito vezes por dia, uma vez que os dados requerem verificação por comparação com observações terrestres.
“Vai levar tempo a calibrar os dados em bruto e a transformá-los em dados úteis para a ciência”, disse Crawford, acrescentando que a interpretação e as conclusões dos dados serão abertas ao público no ano seguinte.