DBRS alerta para risco de parlamento bloqueado e atrasos na execução do PRR

A agência de notação financeira DBRS alertou hoje para o risco de um parlamento bloqueado em Portugal e de um governo instável poder dificultar a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), não descartando novas eleições antecipadas.

© D.R.

 

Num comentário a que a agência Lusa teve acesso, a agência de notação financeira destaca que os resultados eleitorais das legislativas de domingo sugerem um cenário complicado para a governabilidade e estabilidade do próximo governo, uma vez que os partidos de centro-direita venceram as eleições por uma pequena margem.

“Na nossa opinião, mais do que as finanças públicas, o risco mais tangível a curto prazo é um possível atraso na implementação das reformas e investimentos do PRR”, refere o vice-presidente sénior da Morningstar DBRS, Global Sovereign Ratings, Javier Rouillet.

Segundo o responsável da agência, “se o novo Governo não conseguir aprovar legislação, poderá aumentar a probabilidade de outra ronda de eleições ainda este ano ou no início do próximo”.

A DBRS acredita que um governo liderado pela Aliança Democrática (AD) “continuaria a prosseguir uma política orçamental sólida e a reduzir o rácio da dívida pública durante a próxima legislatura, utilizando o espaço orçamental disponível para reduzir os impostos”.

Assim, entende que “o principal risco está relacionado com um parlamento bloqueado e um governo instável que complica a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal”.

“Um governo minoritário deste tipo poderá enfrentar obstáculos significativos à legislação ao longo do tempo e precisar de apoio caso a caso”, salienta, apontando o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) como “o primeiro grande teste para um governo minoritário liderado pela AD, se nenhuma alteração ao Orçamento de 2024 for apresentada”.

Indica ainda que o Chega “foi o principal beneficiário da queda do PS nas sondagens, resultando numa perda significativa de votos para os dois principais partidos”.

A DBRS avalia atualmente a dívida soberana portuguesa em ‘A’, com perspetiva estável.

O comentário da agência de notação financeira não constitui uma ação de ‘rating’.

A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os com 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda falta atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.

O CHEGA quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos.

A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).

O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).

Últimas de Economia

Onze voos divergiram e sete foram cancelados hoje no aeroporto de Lisboa, segundo fonte sindical devido à greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce), embora a gestora aeroportuária ANA atribua as perturbações a constrangimentos no aeroporto da Madeira.
Os trabalhadores em prestação de serviços no Estado subiram 10% no final do primeiro semestre, face ao final do semestre anterior, para 18.718, o valor mais elevado desde, pelo menos, final de dezembro de 2011, segundo dados da DGAEP.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 1.740 euros por metro quadrado (m2) em novembro, mais 13,7% em termos homólogos e mais 1,1% acima do valor de outubro, divulgou hoje o INE.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 3,3% em novembro face a igual mês de 2023 e 3,2% face a outubro, para 322.548 pessoas, segundo os dados divulgados hoje pelo IEFP.
Os trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal ganharam em 2023, em média, mais 42,5% do que os das sociedades nacionais, recebendo 1.745 euros, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Os trabalhadores da distribuição convocaram uma greve para os dias 24 e 31 de dezembro, em luta por aumentos salariais, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese).
“O Governo procura que os encargos para o Orçamento do Estado sejam o mais limitados possível, e se possível até sem qualquer impacto para os contribuintes, sendo o financiamento totalmente privado. Veremos o que o relatório da Vinci/ANA dirá sobre este aspeto”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.
A Associação Lisbonense de Proprietários apresentou uma queixa formal na Provedoria de Justiça, acusando o Estado de bloquear o acesso dos senhorios à compensação por rendas antigas e de usar o valor tributário sem atualização para calcular o apoio.
A procura mundial de carvão atingiu um nível recorde este ano, mas deverá estabilizar até 2027, dado o crescimento das renováveis para satisfazer a procura crescente de eletricidade, anunciou hoje a Agência Internacional de Energia (AIE).
Os trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa vão estar em greve nos dias 26 e 27 e em greve ao trabalho extraordinário entre dia de Natal e a véspera de Ano Novo, divulgou o Sindicato dos Trabalhadores do Município.